Política e filosofia no pensamento político de Hannah Arendt: aproximações críticas desde a memória dos acontecimentos políticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Siviero, Iltomar
Orientador(a): Ruiz, Castor Mari Martín Bartolomé
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/5378
Resumo: O estudo desta tese centra-se no pensamento de Hannah Arendt. O percurso investigativo analisa os dois grandes movimentos teóricos realizados pela filósofa judia: a vita activa e a vita contemplativa. A vita activa mostra-se presente desde as obras Origens do totalitarismo (1951), e A condição humana (1958); a vita contemplativa desde as obras Eichmann em Jerusalém: um relato sobre a banalidade do mal (1963), continuada em A vida do espírito (1972-5). Ambos movimentos teóricos põem em evidência a relação entre a política e filosofia. A política separada da filosofia fica mais exposta a cair na barbárie, ao passo que a filosofia sem a política pode tornar-se vazia, centrada unicamente em precisão conceitual e, sobretudo, afastada dos negócios humanos. Nossa tese mostra que a problematização que norteia o encontro entre a política e a filosofia no pensamento de Arendt não ocorre separada dos acontecimentos políticos do século XX. O totalitarismo é seu tema e problema, aparecendo nos dois movimentos teóricos feitos por Arendt, ora como sistema político em geral, ora como maquinaria administrativa voltada ao aperfeiçoamento de técnicas na arte de matar. Nossa hipótese evidencia que a trajetória teórica de Arendt delineia-se pela memória desse problema, possibilitando ao pesquisador adentrar na compreensão dos acontecimentos e, então, realçar a crítica à política advinda da contribuição filosófica, destacando os alcances e os limites da ação humana. Neste arcabouço teórico, política e filosofia são coexistentes e interconectadas à realidade, ao ser humano, ao mundo. A referência a essa leitura sustenta a tese, destacando que o pensamento de Arendt se constrói amparado no método da compreensão, fundamenta-se na crítica ao modelo político negador da pluralidade humana e põe em relevo a necessidade de garantia do espaço público e do amor ao mundo, em vista da recuperação do sentido de realização da política e do ser humano.