Eu não quero ser a mulher saliente! Eu prefiro ser a Isabella Swan! Apropriações das identidades femininas por crianças na recepção midiática

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Queiroz, Marta Maria Azevedo
Orientador(a): Cogo, Denise Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4848
Resumo: Este trabalho teve como objetivo analisar as apropriações das identidades femininas por crianças no âmbito da recepção midiática. Participaram da investigação dezessete crianças, entre nove a treze anos de idade. Na investigação, foram utilizadas as seguintes técnicas/instrumentos de produção de dados da investigação: elaboração de desenhos, produção escrita, diário de campo, questionário, seleção de imagens na internet e rodas de conversa. A abordagem qualitativa, de inspiração etnográfica, permitiu levar em conta a diversidade das apropriações e sentidos produzidos pelas crianças acerca das identidades femininas. Os dados produzidos durante a investigação foram organizados nas seguintes categorias: mulheres/pessoas celebridades versus pessoas comuns; belas versus não belas (feias); recatadas, frágeis, delicadas versus salientes, vulgares, exibidas, raparigas, gostosas; e fortes, trabalhadoras, mães versus profissionais, estilosas, inteligentes. A compreensão dos mecanismos sociais de construção das identidades femininas e sua relação com a mídia deu-se em diálogo com autores como Louro (1997, 2007); Fischer (2001, 2002); García Canclini (2009, 2010); Hall (1997, 2005); Orozco Gómez (2011, 2012); Martín-Barbero (2009); Silverstone (2002), entre outros. Os resultados desta investigação apontaram para intensa presença da mídia na vida das crianças juntamente com a família. Os modelos de mulheres/pessoas de que elas se aproximaram são brancas, magras, loiras, recatadas, trabalhadoras, gentis, não salientes, ricas e famosas; e se afastaram das negras, gordas, salientes, vulgares, gostosas e pobres. Os primeiros são hegemonicamente aceitos e, os segundos, não hegemônicos, são rechaçados no contexto da sociedade brasileira. Ao mesmo tempo, as crianças se apropriaram de tais modelos e concepções e os questionaram, quando confrontados nas rodas de conversa, avançando criticamente em relação às escolhas que fizeram no processo da investigação. Portanto, as crianças precisam ser educadas para conviver de forma igual com as diferenças, criticando e enfrentando quaisquer situações de dominação, exploração e negação de seus direitos.