Exercer a docência inaciana na sociedade neoliberal: permanências, resistências e transformações nos documentos da Companhia de Jesus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Vasconcelos, Kemilly Mendonça Maciel Ventura de
Orientador(a): Dal'Igna, Maria Cláudia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Palavras-chave em Espanhol:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/10766
Resumo: Na presente pesquisa, são investigados os modos de constituição da docência na educação jesuíta a partir de documentos produzidos pela Companhia de Jesus: Ratio Studiorum (1599), Nossos colégios hoje e amanhã (1980), Características da educação da Companhia de Jesus (1986) e Projeto Educativo Comum (2016). Todos os documentos apresentados foram analisados a partir dos campos dos Estudos em Docência e dos Estudos Foucaultianos, sob as lentes da genealogia, compreendendo-a como uma perspectiva de trabalho analítico e não como método. Para analisar as racionalidades que sustentam a produção dos documentos, busca-se apoio na pesquisa documental e nos estudos de Le Goff (1996); Veiga-Neto (2008, 2017); Locatelli (2010); Noguera-Ramírez (2011); Lopes (2012); Cellard (2014); Franca (2019). Utiliza-se como referencial teórico-metodológico, os estudos de Fabris (2007); Dal’Igna (2011, 2014, 2020, 2021); Fabris e Dal’Igna (2013, 2017); Horn e Fabris (2018); Dal’Igna, Scherer e Silva (2018). As categorias organizadas para analisar os documentos propõem reflexões sobre dois modos de constituição da docência: (1) a docência gerencial, regulada pela cultura empresarial e pelo imperativo da centralidade da aprendizagem; (2) a docência inaciana, que mobiliza o cuidado de si e a prática de liberdade como princípios para insistir, resistir e transformar. Essas categorias contribuem para a problematização de alguns imperativos do contemporâneo, os quais constituem certos modos de ser docente, provocando a pensar de outras formas, se não numa concepção da economização da vida. Como resultado deste estudo, são apresentados outros modos de se constituir e exercer a docência, como resistência às racionalidades do contemporâneo neoliberal, com base nos conceitos de Foucault (2004) do cuidado de si e da prática de liberdade; nos ensaios de Sennett (2006; 2013) sobre o conceito de artesania; e nas reflexões e proposições de Dal’Igna (2022) ao pensar a docência com responsabilidade pedagógica, ética e política. Por se tratar de uma educação proposta por jesuítas e feita por inacianos e inacianas, propõe-se o exercício de uma docência inaciana para posicionar-se na sociedade neoliberal, articuladora da tradição com a inovação e mobilizadora de insistências, resistências e transformações.