Fronteiras da liberdade: escravidão, hierarquia social e alforria no extremo Sul do império brasileiro (província do rio grande de são pedro, alegrete, 18 29-1888)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Matheus, Marcelo Santos
Orientador(a): Moreira, Paulo Roberto Staudt
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/3766
Resumo: Esta dissertação se propõe a investigar o processo de passagem da escravidão para a liberdade, via alforria, na fronteira sudoeste da província do Rio Grande de São Pedro, com foco no município de Alegrete. Para isto, iremos nos valer de uma série de fontes, como inventários post-mortem, processos-crime, censos populacionais, registros de batismo, óbitos e casamentos, registros notariais diversos, documentos da câmara municipal, a lista de classificação dos escravos para serem emancipados e, principalmente, as cartas de alforria. A análise buscou apreender as continuidades e rupturas que o sistema escravista sofreu ao longo do século XIX, através de uma de suas maiores características, a concessão de alforrias. O objetivo é compreender as mudanças que se processavam na produção da liberdade, verificando padrões e tendências através dos diferentes contextos históricos. Da mesma forma, abordaremos as liberdades conquistadas através do pagamento com animais – o que revela a importância da principal atividade econômica da região, a pecuária, na vida dos cativos –, bem como aquelas relacionadas à vivência em uma área de fronteira. Para tanto, a variação na escala de análise será uma constante, cotejando dados agregados com trajetórias individuais. A inspiração teórico-metodológica da pesquisa está baseada na micro-história italiana – daí a ideia de uma investigação densa das fontes, ainda mais quando tratamos de um grupo social, os escravos, que tiveram a sua vida tão menos documentada do que outros agentes históricos daquele período. Só assim foi possível reconstruir fragmentos da trajetória de alguns indivíduos, os quais nos mostraram que não é possível compreender o comportamento dos escravos apenas pela sua condição jurídica, mas, e talvez mais importante, também pela posição social que eles ocupavam, mesmo em meio à escravidão.