A relação entre a mídia e a periferia: Um estudo sobre o projeto Central da Periferia da TV Globo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Freitas, Guaciara Barbosa de
Orientador(a): Maldonado Gómez de la Torre, Alberto Efendy
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Departamento: Escola da Indústria Criativa
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4272
Resumo: A tese apresenta a análise de um conjunto de programas da série Central da Periferia, exibida entre os anos de 2006 e 2008, na TV Globo. Compreendem-se os programas na sua dimensão produtiva televisiva e sociocultural, constituinte da realidade social. Por essa razão ingressa-se na espessura das mediações socioculturais, com o objetivo de caracterizar aspectos da relação entre mídia e periferia. Dessa maneira, o percurso metodológico põe em diálogo as narrativas televisivas construídas nos episódios analisados e as vozes do contexto sociocomunicacional ao qual se referem tais narrativas. Considera-se que parte do discurso midiático constrói a sua retórica obedecendo a especificidades inscritas na lógica social do consumo e dessa forma, a mídia oferta seu próprio significado de cultura-produto de “periferia”. Entretanto, no contraponto desse processo, constata-se que o tipo de organização e mobilização social articuladas pelos movimentos, identificados como sociocomunicacionais, interfere na delimitação das condições em que se realiza a operação de elaboração de sentidos sobre a periferia e suas produções culturais, artísticas e comunicacionais. Argumenta-se que nesse processo, os atores sociais da periferia negociam com o sistema midiático por meio de estratégias e táticas que revelam sua “arte de fazer” produtos culturais e comunicacionais, segundo um modelo diferente do que é imposto de “cima para baixo” pela mídia comercial hegemônica. Comprova-se, nesses fluxos culturais de negociação, a força do aprendizado construído na periferia, sobre um saber fazer comunicativo, antes restrito ao campo da comunicação midiática, provocando um processo de empoderamento capaz de causar deslocamentos significativos na estrutura do sistema de poder.