Supervisão escolar S/A: a produção de supervisoras gerentes em um programa de formação continuada

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Leal, Adriana Bergold Leal
Orientador(a): Fabris, Elí Terezinha Henn
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Educação
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/4573
Resumo: Esta dissertação tem como temática central a supervisão escolar e investiga a configuração desse campo de saber na Contemporaneidade. A pesquisa pretende mostrar o complexo feixe de relações no qual a supervisão escolar está imbricada, procurando identificar e problematizar algumas afirmações deste campo de saber, mostrando algumas condições sob as quais elas funcionam e alguns efeitos que produzem. Para isso, fez-se uso de uma sustentação teórico-metodológica a partir dos Estudos Foucaultianos que utilizou os conceitos de governamentalidade, análise do discurso e poder como ferramentas para operar com o corpus empírico. Este foi organizado por alguns materiais que compõem o programa de formação continuada denominado Formar em Rede, desenvolvido entre os anos de 2009 e 2011 pelo Instituto Avisa Lá (São Paulo) e pela Secretaria Municipal de Educação de Novo Hamburgo/RS. Com esses materiais, buscou-se perceber como se constitui a supervisão escolar, problematizar as verdades sustentadas para referida função e questionar sobre as racionalidades políticas que produzem a supervisão escolar na Contemporaneidade. Após marcar algumas condições que deram possibilidade para a emergência da supervisão escolar contemporânea, percebeu-se que esse campo de saber se mostra inserido numa sociedade organizada conforme relações de poder de uma cultura empresarial, o que possibilitou identificar que essa função produz a si mesma e aos docentes como empresários de si, dentro de uma matriz performática que fixa esses sujeitos como autônomos e os regula para colocarem-se e/ou manterem-se no nível da produção permanente. Observou-se também que a supervisão escolar age dentro dessa matriz, acionando cada sujeito a autorregular suas ações a partir do trabalho de formação continuada a que as professoras são convocadas a participar. Esses efeitos levam a percepção de que a supervisão escolar atua pela via do gerenciamento das práticas e dos sujeitos, gerando uma economia de poder. Percebeu-se também que, diante da sujeição a que a supervisão escolar é exposta, há um sujeito ativo, que diverge e questiona a forma com que as ações recaem sobre si mesmo. Esses achados levam a considerar que a supervisão escolar na Contemporaneidade, ligada à cultura empresarial, responde produtivamente a tal chamado, configurando-se como uma supervisão que adere ao formato empresa, portanto, uma ‘supervisão S/A’, que fabrica uma supervisora gerente.