O conceito de contradição em Hegel sob a perspectiva de uma antinomia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Heldt, Michele Borges
Orientador(a): Helfer, Inácio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9058
Resumo: O princípio de não-contradição postulado por Aristóteles é um dos princípios mais fundamentais da lógica tradicional. Em contrapartida, a concepção hegeliana de que tudo o que é finito se contradiz, fez com que Hegel fosse fortemente criticado, mas também fez surgir outras linhas interpretativas. Além dos críticos, há filósofos que interpretam o conceito hegeliano de contradição a partir de uma abordagem pragmática, ao passo que outros consideram a contradição em Hegel como uma antinomia. A presente tese parte destas três principais linhas interpretativas acerca do conceito hegeliano de contradição - as críticas, a abordagem pragmática e a antinômica -, ao mesmo tempo em que busca expor o modo como Hegel aborda o tema em seus três livros da Ciência da Lógica, apesar de tratar diretamente da contradição apenas no seu segundo livro. Na Doutrina do Ser, a negatividade implica no desenvolvimento autocontraditório de quatro categorias fundamentais, quais sejam: a categoria finitude, a categoria ser, a categoria puro nada, e a categoria puro ser. Na Doutrina da Essência, que é onde Hegel desenvolve a estrutura das determinações de reflexão (Die Reflexionsbestimmungen), as principais categorias são: identidade, diferença, oposição, contradição e fundamento. É através dessa estrutura que a contradição se desenvolve e é também suprassumida. Já no último livro, a Doutrina do Conceito, a negatividade implica na contradição de duas determinações chaves, que são o conceito em geral e a ideia da vida. A partir destas exposições, a presente tese busca compreender como Hegel articula a passagem da contradição lógica para a filosofia do real, dado que o mesmo defende que a contradição não ocorre apenas em teorias, mas também nas categorias lógicas e nas coisas em geral. Este é o problema abordado pela presente tese. A hipótese defendida é a de que, sob a perspectiva de uma antinomia, a qual provoca a ambivalência entre categorias opostas, é possível compreender a contradição hegeliana como uma contradição lógica. Para sustentar este argumento, a tese propõe uma atualização da estrutura das determinações de reflexão - onde a contradição se desenvolve - sob a perspectiva de uma estrutura antinômica.