Terra e honra: conflitos entre os camponeses numa região de colonização alemã no sul do Brasil (Vila de São João de Santa Cruz, RS, 1878-1905)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Arend, Jéssica Fernanda
Orientador(a): Vendrame, Maíra Ines
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em História
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9301
Resumo: Investiguei neste trabalho as noções de justiça, racionalidades e estratégias presentes entre os camponeses emigrantes da Alemanha instalados na Vila de São João de Santa Cruz entre os anos 1879-1905. Através da documentação criminal cruzada com fontes como os livros notariais e paroquiais, procurei mapear as situações de criminalidade, onde se destacaram, sobretudo, os crimes por disputas de terras e crimes que ofendiam a honra através dos insultos verbais. Para tanto, segui duas famílias como fios condutores para encontrar respostas específicas às perguntas gerais sobre o universo camponês. Ao analisar os conflitos em torno da propriedade e do mercado de terras, observei as escolhas e estratégias das famílias para evitar a fragmentação da propriedade, suas redes de reciprocidade, valores e acordos presentes nas transações comerciais e a organização interna do grupo. A partir da outra família pude observar as noções de honra e justiça dos camponeses frente a um caso de infanticídio; o peso das redes de relações, as estratégias adotadas para ocultar a desonra e, por fim, os usos da justiça que estes sujeitos fizeram através dos crimes de injúria e calúnia. Através desta investigação verifiquei a existência de acordos morais e privados no mercado de terras, as racionalidades, valores e costumes que estavam presentes dentro dessa sociedade de colonização alemã estabelecida na região central do Estado do Rio Grande do Sul.