Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Bianco, Erica Cristina Verderio |
Orientador(a): |
Rosa, Ana Paula da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
|
Departamento: |
Escola da Indústria Criativa
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/13130
|
Resumo: |
Este trabalho investiga a circulação de sentidos sobre fraude eleitoral no Brasil, no período de abril de 2021 a janeiro de 2023, com foco na midiatização dos processos sociais e no atravessamento de imaginários e mitologias políticas na construção das narrativas de fraude. Empregando o método de análise de circulação discursiva e o paradigma indiciário, examinam-se as estratégias e táticas dos atores políticos, sociais e institucionais para agenciar a circulação, reconfigurar as narrativas de fraude, amplificá-las, bem como as tentativas de contenção desses enunciados pelo jornalismo profissional. Ainda, adota-se o método de estudo de caso para construir um dispositivo analítico que permita a investigação das interações midiatizadas e dos circuitos de comunicação através dos quais os sujeitos em interação atribuem valor às urnas eletrônicas e ao sistema eleitoral como um todo. Ao analisar os circuitos em conjunto, chegamos em um denominador comum: a mitologia do complô. No imaginário da fraude, compartilhado pela bolha bolsonarista, o complô é a peça central que dá sentido à derrota de Bolsonaro (PL). No nível das inferências, a fraude das urnas é um produto mental e discursivo que, ao mesmo tempo, alimenta e é alimentado por um imaginário que perpassa processos midiáticos e políticos. A partir dos episódios estudados, foi possível observar que a fraude assume diferentes sentidos, de acordo com o meio em que circula. Esses sentidos em disputa evidenciam o espaço da circulação, isto é, o processo de defasagem entre os polos discursivos da produção e do reconhecimento, ainda que, na midiatização em estágio avançado, haja um intercâmbio ininterrupto entre quem produz e quem recebe os enunciados. Assim, o estudo revela a conjuntura de uma midiatização que reconfigura o processo eleitoral, na qual atores políticos atuam como agentes ativos na formação de comunidades de crença e na disseminação de narrativas de fraude. Por fim, esta tese contribui para os estudos de comunicação, ao elucidar o papel da midiatização na reconfiguração da esfera de visibilidade pública e dos debates políticos contemporâneos. Há uma mudança no conceito de comunicação social. Os fatos não dependem mais da mídia de massa para ganharem visibilidade pública, o que reforça nossa premissa de que os estudos de midiatização emergem como um novo paradigma para os estudos de comunicação. |