Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Marquetto, Cristine Rahmeier |
Orientador(a): |
Marocco, Beatriz Alcaraz |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Vale do Rio dos Sinos
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
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Departamento: |
Escola da Indústria Criativa
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/9711
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Resumo: |
Esta tese investiga a alfabetização midiática como fenômeno capaz de qualificar o relacionamento do público com as mídias jornalísticas. A desinformação e a falta de confiança nas notícias, observadas mais intensamente depois das eleições norte-americana de 2016 e brasileira de 2018, evidenciam a falta de preparo das pessoas em lidar com a quantidade de informações a que têm acesso e com os novos meios de compartilhamento de conteúdos. O discurso jornalístico, muitas vezes ainda ligado a preceitos positivistas, e a falta de formação educacional sobre os meios não propiciam ao público compreender como o jornalismo opera e constrói os sentidos que circulam na sociedade. Parte-se da premissa de que a alfabetização midiática pode proporcionar conhecimentos sobre as práticas jornalísticas e desenvolver o pensamento crítico, capazes de dar autonomia para os indivíduos se relacionarem com as notícias com mais discernimento e independência. No nível das práticas jornalísticas, discute-se a tensão entre os controles discursivos, explicação e interpretação, com o apoio de Marocco (2016; 2019), Lisboa e Benetti (2015), Meditsch (1997) e Kovach e Rosentiel (2004). O discurso jornalístico ligado a neutralidade, imparcialidade e objetividade, é constrastado a partir das ideias de Alsina (1989), Cornu (1994), Biroli e Miguel (2017), sendo a subjetividade vista neste trabalho como uma potência importante no jornalismo (GENRO FILHO, 1996). Para conceituar alfabetização midiática, os trabalhos de David Buckingham (2007; 2018; 2019) são utilizados como guia na jornada pelo entendimento teórico sobre o termo. Outros autores como Jacquinot-Delaunay et al (2008) e Kellner e Share (2008) são trazidos para o debate. É dedicado espaço para diferenciar o termo de “educação midiática”, “educomunicação” e “mídia-educação”, muitas vezes confundidos com alfabetização midiática. A tese se situa no método indutivo de pesquisas qualitativas, mais especificamente na pesquisa social interpretativa (ROSENTHAL, 2014). A investigação empírica ocorreu em três etapas distintas. Para compreender como a alfabetização midiática poderia ser sistematizada e implementada, foi presenciada apresentação e discussão sobre a temática em evento na Finlândia, país dos mais avançados em políticas públicas para alfabetização midiática. Foi realizada observação participante em dois projetos para que fosse possível verificar a prática de ações nesse sentido. Um projeto é relacionado ao Observatório de Ética Jornalística (objETHOS), da Universidade Federal de Santa Catarina, e o outro está localizado na França, em Lyon, e faz parte das ações da Associação Entre Les Lignes. As análises dos dados coletados possibilitaram estabelecer o que é e como são feitas as ações de alfabetização midiática, e como é possível falar de jornalismo em escolas. Foi possível observar a presença de um debate sobre práticas jornalísticas e o incentivo a um processo reflexivo que contribui para o desenvolvimento do pensamento crítico. Nas considerações finais, são oferecidas questões para incentivar a discussão sobre a alfabetização midiática, com argumentos embasados na teoria e na prática observada. Esta tese e os aportes que contém podem ser usados como base para debates aprofundados sobre a alfabetização midiática e sua implementação no Brasil por legisladores, políticos, educadores, acadêmicos, professores e leitores interessados. |