Implicações da vida humana na filosofia política de H. Arendt e G. Agamben

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cruz, Daniel Nery da
Orientador(a): Ruiz, Castor Mari Martín Bartolomé
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Vale do Rio dos Sinos
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Filosofia
Departamento: Escola de Humanidades
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://www.repositorio.jesuita.org.br/handle/UNISINOS/7654
Resumo: O problema discutido nesta tese é a centralidade da vida e sua ligação com a política no pensamento de Agamben e Arendt. Agamben percebeu que Hannah Arendt não deu continuidade às suas pesquisas sobre a política, deixando uma lacuna, pois não fez a ligação entre a vida e o campo, ou seja, não estabeleceu vínculo entre a zoé e o espaço da exceção soberana. Por este viés, é possível indagar até que ponto a filosofia política de Agamben é influenciada e encontra sua fonte nas ideias políticas de Hannah Arendt. Com base nisso, analisamos a vida como problema sob o aspecto puramente biológico e suas implicações políticas. Consideramos que Agamben esboça o conceito de vida nua não como as formulações de Foucault, que trabalha a vida numa visão unificada, mas buscando inspiração, assim como Arendt, na filosofia grega antiga, que não tem uma única definição de vida, já que a vida é apresentada como zoé (vida natural), bios (vida política) e bios theoretikos (vida contemplativa). O tema deste projeto é, então, a questão da vida no pensamento político de Agamben e sua interpretação das reflexões de Arendt, relacionando-a com as noções de economia e de política. Dentro desta análise, verificamos ainda o vínculo existente entre animal laborans, desenvolvido pela teoria arendtiana, e o homo sacer, no pensamento agambeniano. É esclarecido ainda como cada autor investiga e desenvolve o conceito de sociedade e seu nexo com a noção de oikonomia. A hipótese central é que, a partir da análise dessas implicações, encontramos, nos dois autores, a possibilidade de uma política não mais atrelada aos dispositivos de captura da vida pela oikonomia, mas relacionada à potência da vida como uma categoria filosófica, de modo a criar uma ação que vai além das previsibilidades, pautada na autonomia (Arendt) e na potência do não (Agamben), construindo o horizonte da política que vem.