Identificação molecular e patogenicidade de espécies de Berkeleyomyces associadas a hortaliças no Brasil com ênfase na cultura da alface

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SOUZA, Ruthe Lima de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Agronomia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9396
Resumo: A alface (Lactuca sativa L.; Asteraceae) é amplamente consumida e cultivada em todo o mundo, sendo a cultura mais importante dentro do grupo das hortaliças folhosas. A podridão negra das raízes (causada por espécies de Berkeleyomyces) tem, nos últimos anos, limitado a produção desta cultura em vários países. O gênero Berkeleyomyces é atualmente representado por duas espécies B. basicola e B. rouxiae (espécie irmã críptica de B. basicola). No entanto, não há informação disponível sobre a presença desses patógenos em condições neotropicais. O presente estudo teve por objetivo, identificar molecularmente espécies de Berkeleyomyces associadas ao cultivo da alface e outras hortaliças folhosas, avaliar gama de hospedeiras do(s) patógeno(s) e validar “primers” específicos para identificar as duas espécies de Berkeleyomyces. A identificação molecular dos isolados, foi realizada com base na filogenia de sequências das regiões genômicas LSU (large subunit rDNA) e MCM7 (DNA replication licensing factor MCM7). As sequências de 53 isolados de Berkeleyomyces obtidos de quatro hospedeiras distintas foram comparadas com 26 sequências de isolados referência de espécies da família Ceratocystidaceae e com isolados das espécies B. basicola e B. rouxiae disponíveis no banco de dados do GenBank. Na árvore filogenética de LSU, todos os isolados se agruparam com espécies de Berkeleyomyces. A região MCM7 se mostrou informativa e forneceu suporte para distinguir as duas espécies de Berkeleyomyces. Fragmentos de aproximadamente 110 bp foram gerados em ensaios de PCR empregando os primers específicos para B. basicola (basi60s_F e basi60s_R) e para B. rouxiae (roux60s_F e roux60s_R). Os dois pares de primers avaliados nesse trabalho apresentaram resultados congruentes com aqueles obtidos na filogenia, sendo capazes de identificar e distinguir B. basicola e B. rouxiae. Em alface, foram identificados 21 isolados de B. basicola e 24 isolados de B. rouxiae. Esse é o primeiro registo formal de B. basicola infectando alface no mundo e a primeira identificação de B. rouxiae no Brasil. Para o ensaio de gama de hospedeiras foram utilizados dois isolados de B. basicola, dois de B. rouxiae e 26 cultivares de dez espécies olerícolas. As mudas foram produzidas em bandejas e mantidas em casa de vegetação. Com 22 dias, as mudas foram transplantadas para bandejas de 60 células, preenchidas com um terço do substrato colonizado com isolados individuais dos patógenos na concentração de 7,5 x 105 conídios/g de substrato. O delineamento experimental foi inteiramente caualizado, em arranjo fatorial (4 x 26), com seis repetições, incluindo os controles (plantas não inoculadas). As avaliações foram realizadas 22 dias após a inoculação através do critério de severidade da doença (escala variando de 1 = ausência de sintomas a 5 = mais de 90% das raízes severamente afetadas). Alface, almeirão, radício e chicória foram identificadas como novas hospedeiras naturais de B. basicola e B. rouxiae. Além disso, novas hospedeiras experimentais destes patógenos também foram identificadas (acelga cv. ‘Verde Escura’ e ‘Artémis’, alface cultivares ‘Aurélia’, ‘Elisa’ e ‘Leila’, almeirão cvs. ‘Spadona’, ‘Folha Amarela’, ‘Cabeça Pão-de-Açúcar’ e ‘Cabeça Vermelha’, chicória cv. ‘Catalogna Folha Larga’ e Coentro ‘Verdão’).