Assessoria da Casa da Mulher do Nordeste : reconfigurando as relações de gênero com as agricultoras no Sertão do Pajeú-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: COSTA, Michelly Aragão Guimarães
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Administração
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Administração e Desenvolvimento Rural
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4610
Resumo: O presente estudo tem como objetivo analisar de que forma a assessoria da Casa da Mulher do Nordeste tem favorecido a alteração e/ou mudanças nos processos e estruturas das relações desiguais de gênero na agricultura familiar do sertão do Pajeú. Para isso, recorreu-se à revisão bibliográfica dos estudos da agricultura familiar camponesa na região nordeste, dos estudos de gênero, extensão rural agroecológica e à análise dos dados secundários, tais como: documentos sistematizados por articulações e ONGs. A observação participativa em quatro unidades produtivas familiares, a utilização de metodologias participativas, de entrevistas narrativas com as agricultoras, a participação nos encontros e eventos organizados pela Casa da Mulher do Nordeste foram recorrentes para analisar a realidade vivenciada por essas mulheres e as relações de gênero que perpassam suas trajetórias de vida. Para compreensão dos limites e avanços da assessoria da Casa da Mulher do Nordeste no sertão do Pajeú, recorremos às entrevistas e ao acompanhamento das atividades das técnicas, tal como a percepção do serviço recebido pelas agricultoras. Apesar das imensas adversidades, como a estiagem dos últimos três anos, são as mulheres agricultoras, portadoras de conhecimento e saberes, que resistem e lutam cotidianamente por alternativas que favoreçam a sobrevivência da sua família no Semiárido. O acúmulo das práticas dessas mulheres e as experiências consolidadas de transição agroecológica e de auto-organização nos movimentos autônomos de mulheres rurais, as tecnologias sociais, a exemplo das cisternas com o projeto P1MC, foram fundamentais para a melhora na vida das famílias e, em especial, das mulheres, principais responsáveis pela gestão da água na propriedade. As políticas de assistência técnica e extensão rural, de inserção econômica e financeira, ainda são um entrave para a inclusão das mulheres no processo de gestão, decisão e participação dos projetos e das políticas públicas no semiárido. Poucos avanços são notáveis no âmbito da reorganização das tarefas domésticas, acarretando na sobrecarga de trabalho das mulheres. O conhecimento de gestão e dos processos de comercialização foram apontados como insuficientes pelas agricultoras e uma lacuna pela assessoria técnica da Casa da Mulher do Nordeste. Os desafios são inúmeros e de diferentes ordens. Entretanto, as mulheres rurais reafirmam a importância da autonomia, da segurança alimentar, de uma assistência técnica que reconheça seu trabalho, da produção diversificada agroecológica, das tecnologias sociais e, sobretudo, a valorização do seu papel social e político para a sobrevivência das famílias no campo e no semiárido