Antracnose em inflorescências de plantas ornamentais tropicais:caracterização de isolados de Colletotrichum, escala diagramática e reação de cultivares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2006
Autor(a) principal: BARGUIL, Beatriz Mireles
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Agronomia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Fitopatologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/6484
Resumo: O cultivo de flores tropicais tem-se expandido em vários estados do Nordeste do Brasil pela grande aceitação desses produtos pelo mercado consumidor e a perspectiva de um agronegócio de elevado retorno econômico. A antracnose causada por Colletotrichum spp. pode afetar várias espécies tropicais, comprometendo a quantidade e qualidade do produto final. Devido à carência de informações nesses patossistemas, o presente trabalho objetivou: a) Caracterizar através de morfologia, produção de exoenzimas, patogenicidade e análise molecular de isolados de Colletotrichum de flores tropicais; b) Elaborar uma escala diagramática para avaliação da severidade da antracnose em bastão do imperador; e c) Avaliar o comportamento de cultivares de antúrio, em diferentes fases de desenvolvimento e o efeito da quantidade de pontos de inoculação na severidade da antracnose quando infectadas com C. gloeosporioides. Todos os 37 isolados testados produziram conídios hialinos, unicelulares, retos e cilíndricos e apressórios de coloração marrom escuro e formato variável. A coloração das colônias variou de branco a cinza escuro. O DNA da maioria dos isolados foi amplificado com o oligonucleotídeo específico para a espécie C. gloeosporioides, confirmando os dados obtidos através das características morfológicas. O DNA dos isolados C 23 e C 35foi amplificado com os primers espécie-específicos para a confirmação da espécie. Todos os isolados produziram enzimas amilolíticas, lipolíticas e proteolíticas em meios de cultura específicos. A patogenicidade dos isolados foi variável. Seis isolados obtidos de antúrio e quatro isolados de helicônia não foram patogênicos quando inoculados nos respectivos hospedeiros, sendo que todos os isolados provenientes de bastão do imperador foram patogênicos. Alguns isolados de antúrio, bastão do imperador, helicônia e musa foram patogênicos quando em inoculações cruzadas. A variabilidade genética dos 37 isolados de Colletotrichum foi determinada com três oligonucleotídeos arbitrários. A escala diagramática elaborada para a antracnose em bastão do imperador apresenta níveis de 1, 2, 4, 8, 16, 32, 64, 82 e 92% de área lesionada da bráctea. A avaliação da severidade da antracnose em bastão do imperador sem a utilização dessa escala gerou resultados contraditórios onde os avaliadores tanto superestimaram como subestimaram a intensidade da doença. Com o emprego da escala, os avaliadores obtiveram melhores níveis de acurácia e precisão, com os erros absolutos concentrandose na faixa de 10%. Os avaliadores apresentaram boa repetibilidade e elevada reprodutibilidade das estimativas com a utilização da escala, o mesmo não sendo verificado sem a utilização dessa. Em antúrios, a idade da espata influenciou o desenvolvimento da lesão para os dois isolados avaliados. Em espatas no estádio 1, sem a completa abertura, as lesões formadas foram significativamente maiores do que aquelas formadas em espatas nos estádios 4 e 5. As maiores lesões causadas pelos isolados do patógeno foram formadas com cinco pontos de ferimento nas duas cultivares de antúrio (cvs. Tropical e Cananéia). A época de inoculação não influenciou no tamanho da lesão, nas duas cultivares avaliadas. Os menores períodos de incubação (PI) para o isolado Cg 1 foram observados nas cultivares Astral, Tropical, Netuno e Farao, diferindo significativamente nas demais cultivares. Nas cultivares Sonate, Astral, Tropical, Netuno e Farao foram observados os menores PI para o isolado Cg 2. A menor AACPD resultante da inoculação com Cg 1 foi observada em Sonate, que diferiu das demais cultivares. As menores AACPD ocasionadas pelo isolado Cg 2 foram observadas em Farao e Midori, que diferiram das cultivares Cananéia, Sonate, Tropical e Netuno.