O “belo sexo” sob vigilância: o controle das práticas cotidianas e formas de resistência das mulheres pobres livres, libertas e escravas no Recife oitocentista (1830-1850)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: MORAIS, Grasiela Florêncio de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4730
Resumo: Esse trabalho acadêmico visa discutir e refletir sobre as possíveis condições femininas e as suas variadas formas de sobrevivência na cidade, particularmente centraremos a nossa atenção ao universo das mulheres pobres livres, das forras e das cativas que viviam nos limites da cidade do Recife em meados da primeira metade do século XIX (1830-1850). Assim numa sociedade marcada pelos percalços da escravidão, bem como pela “rígida” hierarquia social que atribuía aos seus indivíduos valores, lugares e papéis sociais; logo, por esta razão, caberia às mulheres apenas o “recato” da casa e o cuidado com os afazeres domésticos. Ademais, independente de sua etnia, condição e posição social, a obediência e a submissão deveriam “religiosamente” ser os seus principais atributos. Contudo, nem todas as mulheres se enquadraram nos padrões estabelecidos pelo forte discurso hegemônico, em particular, as mulheres oriundas das classes menos abastadas da sociedade da época. Isso foi um imperativo para serem apontadas pejorativamente por “desordeiras”, “desonradas” e de “maus costumes”, atributos que simbolizavam uma afronta ao sossego e a moral pública, sobretudo, para as autoridades citadinas. Em resultado, as suas práticas atraíram uma forte vigilância dos representantes do poder do Estado (tais como, os fiscais municipais, os aparatos policiais etc.) que tencionavam atuar com mais vigor no espaço público para melhor controlar e corrigir os “maus hábitos” das pessoas na cidade. Dessa maneira se procurava “fabricar” um “novo” tipo de sujeito social que não impedisse ou colocasse em risco os interesses da nação que se queria edificar nos oitocentos sob os pilares dos conceitos de “ordem” e “progresso”. Portanto, a nossa discussão permeará este conflituoso cenário político-social da cidade do Recife e a sua relação com as mulheres em questão.