Aplicação da Análise de Fourier Elíptica no estudo da forma do corpo dos peixes marinhos demersais do Nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: REIS JÚNIOR, Josafá José do Carmo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Estatística e Informática
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Biometria e Estatística Aplicada
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8152
Resumo: Morfologia refere-se ao estudo da forma dos organismos vivos, e forma são as propriedades geométricas que não variam com mudanças de posição, rotação e tamanho dos indivíduos. A morfologia funcional é o ramo da ciência que estuda as relações existentes entre os caracteres morfológicos e os fatores externos como ambiente, fatores físicos e biológicos. O contorno é uma representação da forma em duas dimensões, e um dos métodos que pode-se analisar o mesmo é através da Análise de Fourier Elíptica (AFE), que representa uma função paramétrica no sentido de que as direções x e y são configuradas separadamente como funções acumulativas de uma terceira variável t ao longo do contorno. O objetivo desse estudo foi de avaliar a morfologia funcional dos peixes marinhos demersais da plataforma continental do Nordeste do Brasil, aplicando a AFE, e identificar quais aspectos morfológicos possibilitam a conectividade entre os tipos de ambientes de fundo na área de estudo. Os peixes foram coletados utilizando uma rede de arrasto de fundo entre as latitudes 4-9°S. Durante a coleta também foram observados os tipos de habitats de fundo para cada estação de amostragem. Para cada indivíduo foi obtido o contorno do corpo (retirando as nadadeiras e cauda) em coordenadas x e y. Os dados foram analisados em software R. Foi aplicada a AFE, análise de componentes principais e análise de agrupamento para compreender a funcionalidade dos peixes através da forma. Os resultados concluíram que a AFE mostrou ser eficiente no estudo morfológico da forma de peixes. Foram determinados 10 grupos baseados na forma do corpo. A funcionalidade ligada a esta forma inferiu, principalmente, a respeito de desempenho de natação, com formas mais alongadas associadas a maiores velocidades de natação, enquanto formas altas com corpo profundos a uma capacidade de realizar manobras. O tipo de habitat de fundo esteve diretamente relacionado com a forma do indivíduo, das quais formas que vivem em ambiente aberto (fundo de areia) necessitam de corpos mais alongados e aerodinâmicos devido a fatores físicos do meio, como velocidade da correnteza. Já, o ambiente estruturado (SWCR – areia com corais e rochas) favorece formas extremas, como por exemplo, um corpo extremamente alongado (peixes-trombetas) ou um corpo profundo e alto (por exemplo família Chaetodontidae). Formas médio-alongadas foram as mais presentes entre os peixes demersais analisados, as mesmas relacionaram-se com uma maior diversidade de espécies e conectividade entre os tipos de habitats que compõe a plataforma continental marinha do nordeste do Brasil.