Cinema novo, representação social e identidade brasileira nos filmes Rio, 40 graus (1955) e Vidas Secas (1963)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA JÚNIOR, Ailton da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9444
Resumo: A presente pesquisa pretende investigar a relação entre a produção cinematográfica cinemanovista e a identidade brasileira por meio da análise dos tipos sociais e espaços ressaltados em dois filmes pertencentes ao movimento: Rio, 40 Graus (1955) e Vidas Secas (1963), sendo ambas realizações do cineasta paulistano Nelson Pereira dos Santos. O trabalho procura compreender a dicotomia cultural que opõe as duas regiões: Sudeste e Nordeste, o urbanizado e o rural, na busca por uma definição da cultura nacional de uma época, através da análise cinematográfica e da representação social. Questiona, também, como os filmes traduzem – em parte – estes espaços, permitindo reconhecer uma identidade cultural. Debruçamo-nos em dois momentos históricos do Cinema Novo, que são exatamente os anos de 1955, quando temos o lançamento do longa-metragem Rio, 40 Graus, e de 1963, que foi a data do lançamento de Vidas Secas. As matrizes teóricas selecionadas para este trabalho situam-se nos campos de análise da Nova História, e, sobretudo, nos métodos que propõem um estudo do filme como documento histórico de sua época (FERRO, 1971), buscando ainda ressaltar, através da representação social, a relação direta que o Cinema Novo carrega com a identidade brasileira (Roger Chartier, 1988; Jacques Le Goff, 1990), desenvolvendo, assim, uma reflexão sobre o cinema brasileiro e o desenvolvimento estético cinematográfico da década de 1950/1960 (Alex Viany, 1959; Paulo Emílio Gomes, 1986; Jean-Claude Bernardet, 1977; Ismail Xavier, 1993). Acerca do conceito de identidade e história cultural, balizamo-nos nas teorias de David Harvey (1979), Stuart Hall (1992) e Sandra Jatahy Pesavento (2003). Os cenários explorados na pesquisa são a favela carioca, em meio à metrópole no Rio de Janeiro, e a Caatinga nordestina, situada no interior alagoano, espaços físicos contrastantes que serviram de cenário para o desenvolvimento das duas produções. Partimos do aporte teórico existente nos estudos sobre o cinema em Christian Metz (1977) e Marcel Martin (2005), que nos permitem acessar a conceitualização teórica fílmica; a interpretação do espaço urbano e rural sob a luz de Raymond Williams (1989), Raquel Ronilk (1995), Milton Santos (1997), Henri Lefebvre (2006) e Anne Cauquelin (2007). Por meio de nosso trabalho será possível determinar o processo de amadurecimento da produção audiovisual brasileira desde seus primórdios, e como se deu a evolução estética cinemanovista que redesenhou limites e signos expressivos, os quais se confundiam com a cultura brasileira do final da década de 1950 e início de 1960, demonstrando o brasileiro e sua brasilidade em diferentes contextos.