As "Trancas" : (re)fazendo o ensino de História e as relações de gênero na medida socioeducativa de internação em Pernambuco (2012-2022)
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História Brasil UFRPE Programa de Pós-Graduação em História |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9763 |
Resumo: | A presente pesquisa teve como objetivo geral analisar as concepções de gênero presentes no ensino escolarizado de História desenvolvido na medida socioeducativa de internação. Como campo de pesquisa, selecionamos as salas de aula da escola pública no interior do Centro de Atendimento Socioeducativo e Centro de Internação Provisória de Arcoverde (CASE/CENIP Arcoverde), unidade de privação e restrição de liberdade da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE), localizada no sertão pernambucano. Além de registros desse/nesse cotidiano escolar (André, 2008; Seffner, 2013), realizamos entrevistas semiestruturadas (Gaskell, 2003) junto a docentes efetivos de História, coordenações pedagógicas e pedagogas/os analistas em gestão socioeducativa. Observamos ainda as diretrizes que orientaram a educação escolar na medida estadual: Proposta Pedagógica para os Centros de Atendimento Socioeducativo e Instrução Normativa SEE/PE nº 06/2012. Partindo da teorização proposta por Joan Scott (1994, 1995, 1998), nos aproximamos do debate interseccional. Advinda do feminismo negro, a interseccionalidade opera nas convergências e rearticulações entre marcadores de gênero, classe e raça (Akotirene, 2018; Crenshaw, 2002). O termo “tranca”, utilizado pelas/os adolescentes e jovens para se referir aos espaços de contenção (Silva, 2020), na presente pesquisa, designou saberes e práticas diversas de vigilância e desclassificação – “trancas” que desestabilizaram a garantia de direitos individuais e sociais. Os saberes históricos resultaram dos entrecruzamentos de aparatos escolares e socioeducativos. Nos tempos e espaços das salas de aula, os temas em gênero e sexualidades enredaram direitos sexuais, heteronormatividade, cisnormatividade, violências contra mulheres e masculinidade tóxica. Sustentamos a tese, assim, de que abordagens interseccionais de gênero figuraram como direito e condição – mas, não a única – na garantia do direito ao conhecimento histórico escolar e do respeito às diferenças. Defendemos saberes e fazeres (escolares e socioeducativos) problematizadores das formas de produção e hierarquização das diferenças, para além do “reconhecimento” e/ou “tolerância”. |