Escutando sinais : a escola pela perspectiva de crianças surdas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: MARQUES, Vanessa dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
UFRPE - FUNDAJ
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação Associado em Educação, Culturas e Identidades
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/7620
Resumo: Este trabalho buscou discutir sobre o processo de escolarização da criança surda, a partir de três objetivos: entender a escola pela perspectiva da infância e surdez de crianças surdas, discutir a escola que elas têm e o que elas mudariam ou ampliariam no seu contexto escolar. Investigamos então como as crianças surdas podem contribuir para assuntos sobre educação de surdos(as), bilinguismo, infância e processos de inclusão escolar, visto que são temas predominantemente discutidos em trabalhos acadêmicos pela ótica das Leis, do corpo docente e da família da criança surda. Isto é, muito se fala sobre as crianças, mas não necessariamente com elas. Neste sentido, realizamos um estudo de três casos com crianças surdas, com idades entre 6 e 7 anos, que compõem uma sala de aula com proposta bilíngue numa escola municipal de Recife. Desenvolvemos oficinas de desenho, colagem e fotografia com o propósito de conhecer suas opiniões sobre a escola numa linguagem lúdica e visual. A partir da análise dos dados, percebemos que as crianças participantes da pesquisa trazem uma perspectiva da escola muito mais visualizada pelas lentes da infância do que da surdez. Elas questionaram a falta de um parquinho e de aparelhos digitais na escola e o gosto pelo brincar. Além disso, valorizam muito a amizade entre seus pares. É notório também que o que elas mais querem de uma escola é a sua capacidade de propiciar meios para que possam expressar afetivamente e corporalmente as particularidades da infância. Tal fato nos faz refletir que a educação escolar da criança surda tende a considerá-la apenas como aluno(a) surdo(a), sem se dar conta do ser criança que se subjetiva sob a condição da surdez. As crianças surdas são antes de tudo, crianças. Desse modo, acreditamos que é necessário entrelaçar os estudos da surdez (bilinguismo, representatividade, etc) e da infância (a criança no tempo presente, ludicidade, movimento, etc) com mais profundidade, tendo em vista pensar em um processo de escolarização que contemple a criança pelas nuances da surdez e infância, concomitantemente.