O ser e o fazer : os intelectuais e o povo no Recife dos anos 1960

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: SILVA, Bianca Nogueira da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de História
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em História
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/4706
Resumo: A década de 1960 compõe um dos capítulos polêmicos e efervescentes da história da cidade do Recife em sua fase republicana. Várias iniciativas políticas e culturais têm lugar nesse cenáculo urbano, como o Cinema Novo, o Teatro de Rua, os Sindicatos, o Movimento de Educação de Base, as Associações de Bairro, as Praças de Cultura etc. Movimentos culturais que utilizam os dramas e relações cotidianas como matéria-prima para suas obras e, com isso, constroem uma percepção diferenciada do conceito de cultura e educação popular, assim como o seu papel político na sociedade. Entre essas organizações, a experiência da criação do Movimento de Cultura Popular - MCP (1960 a 1964) é tomada aqui como objeto principal desse trabalho; o foco escolhido para análise é o papel desempenhado pelos seus principais idealizadores: os intelectuais, bem como sua principal fabricação: o povo. O MCP, neste sentido, constitui-se no nosso entendimento como um rico ponto de observação da cidade do Recife, na primeira metade dos anos 1960, não só em seus aspectos culturais, mas também do ponto de vista social e relacional entre os chamados Intelectuais e o Povo. Desta forma, o principal objetivo do nosso trabalho é oferecer uma contribuição historiográfica no que se refere à análise das categorias históricas “povo” e “intelectuais”, e dos seus empreendimentos na construção e desenvolvimento de um projeto de sociedade democrática para a cidade do Recife, do início dos anos 1960. Para tal, utilizamos os discursos jornalísticos, os documentos oficiais da Câmara Municipal do Recife e da Assembléia Legislativa do Estado e o estatuto do MCP, como um dos campos de atuação e formação ideológica desses intelectuais sobre o povo. Lastreados por um ideal iluminista, onde através da educação popular o desenvolvimento social se fazia possível, esses intelectuais empreendem uma série de esforços na tentativa de fazer elevar culturalmente o povo, e se vêem obrigados a recuar com o golpe civil-militar no dia 1º de abril de 1964.