Conhecimento ecológico local sobre aspectos alimentares e reprodutivos de Tupinambis merianae (Duméril e Bibron, 1839) e Hoplias malabaricus (Bloch, 1794) no semiárido do nordeste brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SILVA, Josivan Soares da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ecologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5264
Resumo: O conhecimento ecológico local (CEL) que populações tradicionais possuem com relação aos recursos naturais se mostra uma importante ferramenta para a compreensão da biologia de diversas espécies no ambiente natural. Dentre as espécies de animais utilizadas por comunidades tradicionais, destacam-se o Tupinambis merianae e Hoplias malabaricus, que são apreciadas e utilizadas por populações humanas para alimentação, no comércio de pequena escala e na medicina popular. Devido à importância ecológica e socioeconômica destas espécies, o presente trabalho objetivou investigar as relações existentes entre o CEL e o conhecimento ecológico convencional, a partir de informações etnoecológicas e ecológicas sobre a dieta e reprodução destas duas espécies no semiárido do nordeste brasileiro. Os informantes que fazem uso de H. malabaricus foram abordados mensalmente após as reuniões da Associação de pescadores e a identificação dos caçadores que fazem uso de T. merianae foi realizada através da técnica “bola-de-neve”. A técnica da lista livre foi utilizada para acessar as informações alimentares dos animais e seus aspectos reprodutivos foram registrados a partir de entrevistas semiestruturadas. O conteúdo gástrico dos animais e suas estruturas reprodutivas foram analisados macroscopicamente com auxílio de estereomicroscópio. Um total de 70 caçadores e 27 pescadores foi entrevistado. Os informantes não reportaram itens alimentares diferenciados para as fases ontogenéticas das duas espécies em estudo. Não foram constatadas diferenças significativas entre as proporções das categorias alimentares citadas pelos informantes e as observadas a partir do conteúdo gástrico de T. merianae (X² = 0.907; p = 0.6355). Todavia, diferenças significativas entre as categorias alimentares citadas e observadas foram reportadas para H. malabaricus (X² = 17.293; p <0.001). A reprodução de T. merianae, segundo os entrevistados, ocorre de setembro a fevereiro, sendo os meses de novembro e dezembro os que apresentaram maiores proporções de citação quando comparado aos outros meses (X² = 36, 857; p = 0,0001). Para H. malabaricus não foram constatadas diferenças significativas entre a frequência de ocorrência dos meses reprodutivos da espécie (G = 14,73; p = 0,1419) e a frequência de citação destes meses (X² = 0.412; p = 0,7255). Com base nestes resultados, observou-se que os entrevistados demonstraram possuir um detalhado conhecimento sobre os aspetos biológicos dos animais em estudo, fornecendo informações ecológicas que podem ser utilizadas como hipóteses a serem testadas pela ciência ocidental.