Conexões entre o saber local e o científico sobre um fragmento de floresta ciliar na zona da Mata Norte de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: SILVA, Rafael Ricardo Vasconcelos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Ciência Florestal
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciências Florestais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/5541
Resumo: Nesta pesquisa utilizou-se uma abordagem etnoecológica para investigar os saberes de moradores do distrito de Macujê, município de Aliança, Pernambuco, sobre o fragmento de floresta atlântica “Mata da Guararema”. Os objetivos foram: esclarecer as possíveis relações entre as pesquisas silviculturais e as pesquisas etnoecológicas; descrever e avaliar os relatos da população-alvo sobre suas relações com o fragmento florestal “Mata da Guararema”, inclusive numa perspectiva histórica; estabelecer comparações entre as informações provenientes de conhecimentos locais (obtidos junto à população-alvo) e formais (acadêmicos) sobre a floresta; sistematizar informações sobre a percepção de alunos (jovens e adultos) de uma escola no distrito de Macujê em relação à “Mata da Guararema”. Na coleta e análise dos dados junto aos informantes não-escolares, utilizaram-se técnicas de história oral, análise de conteúdo, entrevistas abertas, turnês guiadas, linhas do tempo e listas livres. No caso da investigação realizada na escola, junto aos alunos, foram utilizadas as técnicas de aplicação de questões geradoras de dados, desenho coletivo de um mapa e debates. Os informantes locais não escolares indicaram que foram excluídos do convívio que tinham com a floresta, devido ao modelo de conservação implantado pelos órgãos estatais e pelas indústrias sucroalcooleiras da região. Já os alunos tenderam a apresentar uma visão “preservacionista” do fragmento florestal (na qual o ser humano é mero espectador da natureza), sugerindo interdições para atividades de uso de recursos, por eles consideradas degradantes. A partir dos resultados obtidos foi possível aprofundar a compreensão dos usos e conhecimentos da floresta pela população humana local, bem como verificar que a interação de técnicos e pesquisadores florestais com um sistema de conhecimento não acadêmico pode representar uma ferramenta para valorização do saber local e também para o avanço do saber científico. Destaca-se, neste sentido, que as informações reunidas podem contribuir na elaboração de estratégias de conservação florestal adequadas à realidade sociocultural local.