Estudo morfológico da superfície ocular Bradypus variegatus (Schinz, 1825)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SPINELLI, Taciana Pontes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Medicina Veterinária
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8900
Resumo: O Bicho-preguiça (Bradypus variegatus) é comumente encontrado no Brasil e está sendo direta ou indiretamente assolada pela ação do homem, seja por atropelamentos, choques, desmatamento, caça para consumo de carne exótica e envenenamento por pesticida. Vários estudos sobre os aspectos da ecologia, reprodução e padrões nutricionais de animais silvestres já foram publicados, no entanto, a maioria das características anatômicas são descritas de forma generalista ou permanecem desconhecidas. A oftalmologia veterinária é um campo em expansão e as pesquisas em oftalmologia comparada produzem uma gama de conhecimentos que permitem o entendimento dos diferentes processos evolutivos entre as espécies. A superfície ocular é de vital importância para a visão, estando em contato direto com o meio ambiente, é vulnerável a ressecamento, lesões e patógenos e por isso, possui um mecanismo complexo para manutenção de sua homeostasia. Os bicho preguiça (Bradypus variegatus) podem ser afetados por diversas alterações oculares, assim como humanos, decorrentes de várias etiologias, evidenciando a importância de caracterizar os tecidos normais da superfície ocular nestes animais, uma vez que estudos sobre a anátomo-fisiologia ocular do bicho preguiça ainda são escassos. Este trabalho teve como objetivo descrever a superfície ocular da preguiça-comum (Bradypus variegatus) onde foram analisados histologicamente as pálpebras, glândulas lacrimais, conjuntiva, limbo e córnea. Para o desenvolvimento do estudo histomorfométrico da superfície ocular, foram usados olhos enucleados de animais que vieram a óbito por motivos não relacionados a esta pesquisa, processados para inclusão em blocos de parafina e corados pela técnica de Hematoxilina-Eosina (HE), bem como os métodos histoquímicos de tricrômico de masson, azul de alcian e Ácido Periódico de Schiff (PAS). Foram descritas as características anatômicas, histológicas e histoquímicas da glândula lacrimal, das glândulas superficiais e profundas da terceira pálpebra, das glândulas palpebrais, da córnea e do limbo do Bicho-preguiça. O exame histológico revelou que estes animais não têm tarso, glândulas tarsais e cílios. Possuem glândulas sebáceas bem desenvolvidas associadas à pêlos acessórios ao longo das pálpebras. A face interna das pálpebras apresenta a conjuntiva palpebral com um epitélio estratificado e com células caliciformes. No estroma profundo de ambas as pálpebras foram observadas glândulas lacrimais acessórias mistas. A glândula lacrimal está situada no ângulo dorsolateral da órbita. Histologicamente, a glândula é do tipo túbulo-alveolar. A terceira pálpebra projeta-se do canto medial sobre a superfície anterior do globo e sua cartilagem se assemelha a uma âncora. Macroscopicamente e em exame histológico observou-se tecido glandular superficial e profundo (harderiano). A glândula profunda é grande e situada na região anteroventral da órbita. É túbulo-alveolar, com uma única camada ou células colunares. O epitélio anterior da córnea consiste em uma única camada de células basais, que têm forma colunar e se encontram sobre uma fina membrana basal; possui três camadas de células poliédricas; e três camadas de células escamosas não queratinizadas, sem membrana de bowman e um estroma vascularizado.