Identificação molecular de bactérias psicrotróficas, detecção de genes de virulência e perfil de resistência a antimicrobianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: CARVALHO, Juliana Nunes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Medicina Veterinária
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Ciência Veterinária
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8230
Resumo: A refrigeração do leite na propriedade produtora constitui importante método de conservação da matéria-prima, porém, pode favorecer o desenvolvimento de bactérias psicrotróficas deteriorantes e patógenas oportunistas, como Listeria monocytogenes. Objetivou-se avaliar o leite produzido no agreste de Pernambucano quanto à concentração de bactérias psicrotróficas e suas características enzimáticas, identificando aquelas com potencial deteriorante, bem como verificar a ocorrência de Listeria spp. potencialmente patogênicas qualificando-as quanto ao perfil de resistência a antimicrobianos. A concentração média de bactérias psicrotróficas foi de 2,1 x 105 UFC/mL de leite cru refrigerado. Apesar disso, em 58,3% das fazendas, as contagens foram abaixo de 10 UFC/mL. A atividade lipolítica e/ou proteolítica foi demonstrada por 38% dos isolados psicrotróficos, que foram identificados em 13 espécies. Aeromonas, Exiguobacterium e Staphylococcus foram gêneros dominantes, cobrindo 77% dos isolados e, em menor frequência, Macrococcus, Bacillus, Paenibacillus, Enterobacter, Hafnia, Enterococcus e Lactococcus. Quanto à pesquisa de Listeria spp., foram obtidos 140 isolados presuntivos, dos quais 32,85% foram confirmados para o gênero Listeria. Desses, 8,69% apresentaram os três genes de virulência pesquisados – hlyA, inlA e actA, indicando que esses isolados possuem propriedades de uma cepa virulenta. O perfil de resistência a antimicrobianos das Listeria spp. testadas demonstrou que vancomicina, gentamicina e tetraciclina são as drogas mais eficientes contra essas bactérias. A ampicilina foi o antimicrobiano com maior índice de resistência, apresentada por 60,87% dos isolados. Os resultados deste trabalho permitem inferir possíveis falhas na produção e armazenamento de leite cru e adequar os procedimentos higiênico-sanitários e de controle, a fim de evitar alta concentração de bactérias psicrotróficas e consequente produção de enzimas deteriorantes. Infere-se ainda que o leite produzido e estocado a frio no agreste de Pernambuco constitui um risco à saúde pública e à cadeia produtiva leiteira do Estado pela presença de Listeria spp. potencialmente patogênicas e multirresistentes a antimicrobianos.