Diversidade e abundância espaço-temporal da ictiofauna no litoral norte de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Jade Beatriz Alves da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Biologia
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/9720
Resumo: Estudos sobre distribuição e uso dos diferentes habitats costeiros por espécies de peixes são de grande importância para a conservação e/ou uso sustentável destes ambientes e dos seus recursos. A comunidade íctica apresenta mudanças estruturais e em seus índices ecológicos, tais como diversidade e riqueza, em diferentes habitats. Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar a estrutura da assembleia íctica em um gradiente marinho-estuarino do litoral norte de Pernambuco, a fim de avaliar possíveis diferenças temporais e espaciais em sua estrutura, abundância e índices ecológicos. O trabalho foi realizado na Ilha de Itamaracá, próximo à foz do rio Jaguaribe, através de coletas mensais durante um ciclo anual, sempre na maré baixa diurna da lua nova. Foram realizados arrastos utilizando-se rede do tipo mangote, com 20 m de comprimento, 1,5 m de altura e 5 mm de abertura de malha. Os arrastos com réplicas foram realizados em dois pontos: 1) na zona de arrebentação (costeira marinha), e 2) no estuário do rio Jaguaribe (próximo à desembocadura). Os indivíduos coletados foram eutanasiados imersos em solução de Eugenol, de acordo com CONCEA, etiquetados e fixados in situ, em formalina a 10%. Em seguida, foram levados ao laboratório onde foram conservados em etanol a 70% e, posteriormente, identificados até o menor nível taxonômico possível. Foi quantificado o número de indivíduos por espécie, a fim de correlacionar a abundância com as variações espaço- temporais. As variáveis ambientais temperatura e salinidade da água foram medidas in situ, em cada ponto de coleta, utilizando-se termômetro e refratômetro. Os dados obtidos foram analisados de acordo com à riqueza de espécies, a abundância relativa (%), através dos índices ecológicos: Riqueza de Margalef, dominância de Simpson, diversidade de Shannon-Wiener, e equitabilidade de Pielou. Foi realizado o teste do Qui-quadrado, a fim de verificar se há diferença significativa ou não entre as amostras. A ordenação do tipo nMDS e o teste de ANOSIM foram realizados para avaliar se há diferenças entre os pontos e períodos do ano. Foram identificados 11.032 indivíduos, sendo a família Engraulidae a mais representativa (35,57%). A zona de arrebentação foi o ponto de maior abundância e riqueza, com 7.795 indivíduos e 58 espécies, sendo as famílias Engraulidae e Polynemidae as mais representativas (50,19%) e (13,30%) respetivamente, já o estuário apresentou as famílias Clupeidae e Tetraodontidae como as mais abundantes (51,53%) e (14,89%) respetivamente. Lile piquitinga foi a espécie de maior abundância, seguida por Polydactylus virginicus e Haemulopsis corvinaeformis. O período chuvoso foi o responsável pela maior biomassa, já o ponto de maior biomassa foi zona de arrebentação, ocorrendo durante o período seco. Os pontos demonstraram diferenças tanto na sua composição, abundância e índices ecológicos, sendo estuário o ponto de maior dominância (D= 0,29), enquanto a zona de arrebentação apresentou maior diversidade de Shannon (H= 2,61) e riqueza de Margalef (D = 6,89). Apesar da zona de arrebentação apresentar a maior abundância e os maiores índices de diversidade, riqueza e equitalibilidade em relação ao estuário, nota-se a grande importância de ambas as áreas para diversas espécies de peixes em diversos estágios de vida, sendo bastante utilizadas como áreas de reprodução e recrutamento de jovens, evidenciando a importância da conservação dessas regiões.