Detecção e caracterização molecular de rickettsias do grupo da febre maculosa em humanos, animais na interface silvestre/ urbana e ixodídeos procedentes do estado de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: MONTEIRO, Maria Fernanda Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal Rural de Pernambuco
Departamento de Morfologia e Fisiologia Animal
Brasil
UFRPE
Programa de Pós-Graduação em Biociência Animal
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.tede2.ufrpe.br:8080/tede2/handle/tede2/8146
Resumo: Rickettsia spp. são bactérias de ampla distribuição geográfica, capazes de infectar seres humanos e animais, através dos carrapatos vetores do gênero Amblyomma. Até o momento sabe-se que a Febre Maculosa Brasileira está associada a três ciclos de transmissão de acordo com vetores, hospedeiros e os ambientes envolvidos. O objetivo deste trabalho foi detectar e caracterizar molecularmente riquétsias do grupo da Febre Maculosa em humanos, animais sinantrópicos e ixodídeos procedentes do estado de Pernambuco. Amostras de sangue de 97 roedores (Rattus novergicus, Rattus rattus, Trichomys spp. e Cavea aperea) e 34 marsupiais (Didelphis albiventris) foram coletados e a caracterização molecular de Rickettsia spp. foi realizada através da Reação em Cadeia da Polimerase. Os resultados evidenciaram uma frequência de 6,18% de positividade para os roedores, no Recife (1,03%), Camaragibe (1,03%), Itamaracá (2,06%) na Região Metropolina do Recife e Izacolândia (2,06%), Petrolina. Entretanto, não foram detectados presença de DNA de Rickettsia spp. em nenhum dos marsupiais estudados. Por outro lado, foi relatado o primeiro caso de Febre Maculosa na região Nordeste do Brasil em um indivíduo do sexo masculino do município de Arcoverde, sendo o provável local de infecção no município de Sertânia, ambos no estado de Pernambuco. O paciente apresentou manifestações clínicas compatíveis com a doença, e a infecção foi confirmada por Reação em Cadeia da Polimerase e posterior sequenciamento. A partir da confirmação deste caso foi procedida uma investigação epidemiológica para coleta de ixodídeos no local onde foi identificado FMB. Sendo assim foram coletados carrapatos de Canis familiaris e Euphractus sexcinctus, classificados como Rhipicephalus sanguineus sensu lato e Amblyomma pseudoconcolor, respectivamente. Do total de A. pseudoconcolor coletados (90,9%) foram positivos para presença de Rickettsia spp., enquanto nenhum dos R. sanguineus s.l. encontraram-se infectados. A análise genética baseada em cinco genes rickettsiais mostrou que a cepa detectada está mais relacionada à Rickettsia amblyommatis, sendo esta sua primeira descrição em Amblyomma pseudoconcolor. Em conclusão, este é o primeiro relato de infecção de Rickettsia spp. em roedores e humanos além do primeiro relato de R. amblyommatis em A. pseudoconcolor no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Os dados obtidos neste estudo sugerem que pequenos mamíferos, podem desempenhar um papel importante na manutenção, circulação e disseminação de riquétsias dentro e fora dos focos naturais. Finalmente os resultados apontam este carrapato como um potencial vetor no ciclo enzoótico de R. amblyommatis no Nordeste brasileiro.