Síndrome da fragilidade na insuficiência cardíaca : análise de biomarcadores inflamatórios e humorais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ribeiro, Édina Caroline Ternus
Orientador(a): Souza, Gabriela Corrêa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/221502
Resumo: Introdução: A fragilidade pode estar relacionada à progressão, manifestações e prognóstico da insuficiência cardíaca (IC), e embora ambas venham sendo associadas à desregulação neuro-hormonal, inflamação, catabolismo e disfunções músculo esqueléticas, ainda não há biomarcadores definidos para se avaliar fragilidade, especialmente sob perspectiva de populações com doenças cardiovasculares. Objetivo: avaliar a fragilidade através de abordagem física e multidimensional em pacientes com IC e analisar sua associação com biomarcadores inflamatórios e humorais. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, com pacientes ambulatoriais com diagnóstico de IC e idade ≥60 anos. Variáveis sociodemográficas e clínicas foram coletadas de prontuário eletrônico. O teste de caminhada de seis minutos foi realizado para avaliação da capacidade funcional. Para avaliação de fragilidade, utilizou-se o fenótipo da fragilidade (abordagem física) e o indicador de fragilidade de Tilburg (TFI- abordagem multidimensional). As amostras de sangue foram analisadas para quantificação dos biomarcadores (proteína C reativa ultrassensível (PCR-US), interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral-α (TNF-α), fator de crescimento semelhante à insulina-1 (IGF-1) e testosterona total) a partir de protocolos padrão do hospital e kits de imunoensaio de alta sensibilidade conforme instruções do fabricante. Resultados: Foram avaliados 106 indivíduos com IC, com idade mediana de 68 (63,0-74,0) anos, a maioria do sexo masculino (67,0%), pertencentes à classe funcional I e II (75,5%) e com média de fração de ejeção do ventrículo esquerdo de 34,56±11,87%. A prevalência de fragilidade quando avaliada pelo fenótipo foi de 28,30% e pelo TFI, de 47,05%. Em análise univariada, a PCR-US foi associada à fragilidade tanto na avaliação pelo fenótipo, quanto pelo TFI (RP=1,005, Intervalo de confiança de 95% (IC95%) 1,001-1,009, p=0,027 e RP=1,015, IC95% 1,006-1,024, p=0,001, respectivamente), tendo esta permanecido significativa no modelo multivariado final na avaliação da fragilidade pelo fenótipo (RP=1,004, IC95% 1,001-1,008, p = 0,025). Não houve diferença estatisticamente significativa entre os grupos para os demais biomarcadores analisados. Também, a fragilidade foi associada a pior capacidade funcional, tratamento farmacológico não otimizado maior número de medicamentos em uso, idade, sexo feminino, e maior número de comorbidades presentes. Conclusão: A fragilidade é altamente prevalente em pacientes com IC e está associada a níveis mais altos de PCR-US, podendo ser considerada um biomarcador promissor de fragilidade nesta população e sugerindo a inflamação como uma importante rota fisiopatológica da relação IC/fragilidade.