A mulher e o comércio informal transfronteiriço vulgo "mukhero" no sul de Moçambique : casos das fronteiras de Namaacha e Ressano Garcia, 1984-2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Jairoce, Jorge Fernando
Orientador(a): Wasserman, Claudia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/150308
Resumo: A pesquisa procura analisar as reformas políticas e económicas que caracterizaram as décadas de 80 e 90 em Moçambique e que contribuíram para o surgimento do comércio informal. A incapacidade do Estado para a promoção de emprego formal aos cidadãos e a própria dinâmica da economia de mercado levou as pessoas a lutarem para a sua sobrevivência. As mulheres tendo um nível de escolaridade baixo na sua maioria com nível secundário incompleto, não viram outra alternativa senão dedicar-se ao comércio informal transfronteiriço - mukhero, que tem características próprias como menos burocracia, horários flexíveis e a não exigência de nível académico para a realização do trabalho. A maior participação da mulher nesta atividade deve-se ao seu diferencial competitivo neste negócio. Elas são mais pacientes, possuem maior capacidade de negociação com os agentes governamentais e também consentem facilmente abusos e humilhações por parte dos agentes aduaneiros. O consentimento dos abusos e humilhações fazem parte da estratégia para contornar elevadas taxas aduaneiras e daí, garantir uma margem significativa do lucro. Todas as estratégias deste tipo de comércio só podem ser compreendidas á luz do ethos fronteiriço. Hoje o comércio informal transfronteiriço está a crescer ao nível da zona sul Moçambique visto que consegue garantir a sobrevivência das famílias e contribui para o empoderamento socioeconómico da mulher. O Estado moçambicano de forma tímida já se preocupa com este setor no sentido de melhor organizá-la para permitir maior captação de receitas tributárias.