Governamentalidade e autoridade na educação : a conduta ética como ação política em Foucault

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Moraes, Antônio Luiz de
Orientador(a): Veiga-Neto, Alfredo José da
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/117824
Resumo: Esta tese tem como objeto do pensamento e horizonte de pesquisa a questão da autoridade na educação. Procurando situar-me no âmbito mais geral dos Estudos Foucaultianos e utilizando a descrição como ferramenta para a construção de determinadas noções que me parecem úteis para compor uma certa maneira de entender, um certo modo de pensar, argumento que a autoridade, entendida como uma imagem de força e controle, liga-se à certa forma de aleturgia. Nesse sentido, problematizo a governamentalidade, no contexto mais específico dos estudos de Foucault sobre as relações entre sujeito e verdade, como uma forma de aleturgia da ética. Descrevo que a governamentalidade no "último Foucault" ocupa-se, centralmente, da formação do êthos para acesso à verdade e constituição de um sujeito de conduta ética ― a conduta em que o indivíduo se constitui como sujeito moral da sua própria conduta ― configurando-se esta como ação política. O governamento de si é pensado como condição do governamento dos outros ou, dito de outro modo, o governamento dos outros é pensado como indexado ao governamento de si. Procuro mostrar que, na Contemporaneidade, é possível verificar uma ênfase em certa aleturgia que chamo de "aleturgia da igualdade" que se ocupa do estabelecimento da verdade da igualdade intrínseca de todos com a correlata afirmação da independência individual de cada um como valor máximo. Descrevo que essa aleturgia define uma imagem de força e controle da lei que compõe uma imagem tutelar da autoridade, onde o governamento dos outros é pensado, então, como desvinculado do governamento de si. Sustento a tese de que no campo da Educação é possível observar um enfraquecimento da imagem tradicional da autoridade e o correlato fortalecimento de uma imagem tutelar da autoridade, composta pela definição de uma imagem de força e controle da lei, que é produzida por meio do avanço da aleturgia da igualdade nesse campo. Diante disso, proponho ensaiar pensar a governamentalidade em articulação com a educação, por meio da qual se define uma imagem de força e controle da conduta ética e se compõe uma imagem ética da autoridade, onde a verdade manifestada na positividade da conduta ética ou o vínculo observável entre o dizer e o fazer torna-se critério da ação política. Concluo que a governamentalidade poderá nos ajudar a pensar de outro modo a questão da autoridade na educação e, ao mesmo tempo, contribuir para que o professor, numa relação de soberania consigo mesmo, acredite no valor político da sua conduta ética e se reconheça como protagonista do processo educacional. Como material analítico, utilizo a descrição de fragmentos de documentos, legislações, decisões judiciais e cenas escolares.