Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Pedó, Ezequiel |
Orientador(a): |
Oliveira, Luiz Flamarion Barbosa de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/243349
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Resumo: |
O porco feral (Sus scrofa) é uma espécie invasora de origem eurasiana, com diversos efeitos para o meio ambiente, economia e saúde pública. Mesmo com ações de controle, vem expandindo globalmente sua área de ocorrência. Esta tese tem como objetivos: (1) avaliar o efeito da cobertura e do tipo de uso da terra sobre a ocorrência de porcos ferais no nordeste do Pantanal, região dominada pela pecuária e modificada pela criação de uma reserva (RPPN Sesc Pantanal) em 1997; e (2) discutir as ações de controle da espécie no país, propondo soluções baseadas em diagnóstico prévio de variáveis que expliquem a ocorrência de porcos ferais em escala regional. Entre os anos de 2010 e 2012, obtivemos 577 registros da espécie em 355 sítios com armadilhas fotográficas na Reserva e no seu entorno. Com modelos de ocupação de sítios, avaliamos a relação entre a ocorrência do porco feral e oito classes de cobertura medidas em sua escala de efeito e o uso da terra (Reserva X não Reserva) de acordo com a paisagem do ano de 2011. O modelo com menor perda de informação, considerando AICc, apontou que a ocorrência de porcos ferais está relacionada com a cobertura de pastagem em uma escala de efeito de 8.970 m e a existência da Reserva. Utilizamos esse modelo para estimar a ocorrência de porcos ferais em toda a região, para as paisagens dos anos de 1985, 1990, 1995, 1999, 2002, 2006, 2011 e 2016. Em 32 anos, as estimativas evidenciaram um aumento de 7,86 vezes na probabilidade de ocorrência da espécie na região. Contudo, dentro da Reserva, a ocorrência decresceu 21,59 vezes desde 1990, enquanto na região do seu entorno a ocorrência aumentou 9,35 vezes. A ocorrência de porcos ferais tem forte relação com a cobertura da terra (pastagem, especialmente) e com o tipo de uso (menor ocorrência na Reserva). Um possível mecanismo para a baixa ocorrência na área da Reserva pode ser a ausência de áreas-fonte. Com essas evidências, o planejamento regional do uso da terra pode ser uma importante estratégia no controle da espécie. Sugerimos que a abordagem do controle do porco feral no Brasil tenha foco em um plano de monitoramento de longo prazo, com aferição constante das variáveis que explicam a ocorrência da espécie em escala regional. Com a aferição da eficiência e dos riscos das técnicas de captura utilizadas, esperamos reduzir o caráter excessivamente esportivo que a caça de controle do porco feral apresenta no Brasil. |