Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Lessa, Bruno de Souza |
Orientador(a): |
Lopes, Fernando Dias |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/202372
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Resumo: |
Esta tese teve como objetivo central defender o argumento de que o patrimônio de disposições de um indivíduo não pode ser compreendido a partir de um período parcelado de sua trajetória biográfica, ou mesmo de um evento isolado de sua vida social. Para a compreensão ampla do patrimônio disposicional de um indivíduo, se faz necessário o remonte de sua biografia sociológica para que, assim, o seu patrimônio de disposições possa ser confrontado com os quadros contextuais plurais pelos quais ele transitou. Entretanto, a trajetória biográfica dos indivíduos não se constrói por meio da adequação mecânica entre disposições e quadros contextuais, pois como os atores são dotados de capacidades reflexivas, eles podem engendrar processos de pensamento acerca das suas práticas e, assim, transformar a si e as suas trajetórias, dialeticamente. Em outras palavras, esta tese defende o argumento de que a reflexividade media a atualização do patrimônio disposicional, e que essa reflexividade, por sua vez refrata posições morais que o indivíduo possui a partir do lugar que ocupa no espaço social. Em termos teóricos, esta tese remonta à sociologia de Pierre Bourdieu, e a atualiza criticamente por meio das contribuições de Bernard Lahire para debater a heterogeneidade e pluralidade do habitus. Além disso, recorre à noção de reflexividade desses dois autores e as articula com a noção de momentos de crise, apresentada por Luc Boltanski, para avançar com as reflexões acerca da forma que a reflexividade é apresentada por Bourdieu e modificada por Lahire. Ao agregar esses três aportes teóricos, esta tese contribui e avança com o debate acerca da mediação moral que a reflexividade faz na dialética entre estrutura e agência. Em termos metodológicos, para sustentar o argumento proposto, esta tese recorre à construção da biografia sociológica de José Francisco Bernardes Milanez, ambientalista e ativista gaúcho histórico, presidente da Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural (Agapan), uma das pioneiras no contexto nacional. O remonte da biografia sociológica de Milanez confirmou as questões epistemo-teóricas que foram argumentadas na tese, à medida em que no decorrer de sua trajetória ficou patente que era a reflexividade mediada por uma moral social que articulou no decorrer da sua biografia sociológica os conflitos que emergiram entre as estruturas objetivas e subjetivas com as quais ele tinha que lidar e suas possibilidades de agência. Em outras palavras, foi a reflexividade, transversalizada por uma moral societária, que fez a mediação entre o patrimônio de disposições de Milanez e os quadros contextuais pelos quais ele transitou no decorrer de sua trajetória. |