De quem é a culpa? : uma análise sobre o fracasso escolar na disciplina de Física a partir dos enunciados de professores e estudantes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Fernanda Pontes
Orientador(a): Pereira, Alexsandro Pereira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/251951
Resumo: O Fracasso Escolar é tema de estudos nas áreas da Educação e da Psicologia há anos, em todo o globo. Esta dissertação se propõe a estender essas contribuições já conhecidas nessas esferas do conhecimento e investigar o tema dentro no campo do Ensino de Física no Ensino Médio brasileiro. Para isso, esta pesquisa visa identificar qual é o entendimento atual de professores e estudantes sobre o fracasso escolar na disciplina de Física e a que razões esse fracasso é atribuído. Assim, busca-se entender quais são as justificativas elaboradas nos discursos do cotidiano escolar atual, suas origens e implicações. Com essa finalidade, foi feita uma pesquisa em uma escola estadual de Porto Alegre no Rio Grande do Sul - estado com recorrentes altos índices de reprovação no Ensino Médio. Na escola, o cotidiano escolar foi observado e foram realizados grupos focais com professores e estudantes. Os enunciados dos participantes de pesquisa foram analisados em conjunto com o contexto observado, por meio da metodologia proposta por Wertsch (1991). Com base no trabalho de Patto (2015) é traçado um histórico de como a temática do Fracasso Escolar foi estudada ao longo dos anos para que os discursos atuais sejam compreendidos dentro da sua dimensão histórica e social. Percebeu-se que, na comunidade escolar, os estudantes são rotulados entre “bons” e “ruins” para que o fracasso escolar seja justificado a partir da culpabilização de grupos de indivíduos. Apesar do convívio diário entre os sujeitos da escolas, foram apresentadas concepções equivocadas pautadas por estereotipações, as quais se mantiveram, mesmo quando confrontadas com realidades conflitantes. Por vezes, as dificuldades de escolarização foram apresentadas como características inerentes aos estudantes. O fracasso dos estudantes de escola pública foi apresentado de forma naturalizada. Portanto, este estudo propõe que o fracasso escolar seja compreendido como processo construído e que as insatisfações apresentadas passem para o campo da ação, transformando a realidade escolar.