Motivação à prática regular de atividades físicas : um modelo explicativo com praticantes de ginástica em academia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Arsego, Nígia Ramalho
Orientador(a): Balbinotti, Carlos Adelar Abaide
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/234792
Resumo: O presente estudo tem como tema central a motivação para a prática regular de ginástica em academia com base na Teoria da Autodeterminação (TAD), nas principais dimensões motivacionais associadas à prática regular de atividades físicas, nos níveis de autoestima e regulação interna dos praticantes. O objetivo principal foi propor e testar um modelo teórico-explicativo da motivação em ginástica em academia. Para cumprir este objetivo foram conduzidos três estudos, conforme projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS – sob o número 2007722. Estudo 1: O primeiro artigo é uma revisão integrativa da literatura que buscou aprofundar o conhecimento sobre a produção acadêmica acerca da temática sobre o construto da motivação para a prática regular de atividades físicas nos últimos 10 anos. Foram pesquisados artigos nas bases de dados Lilacs, Bireme e SciELO. Foram realizadas 6 etapas até a última seleção que resultou em 10 artigos completos. A maior frequência de estudos encontrados se deu entre os anos de 2015 a 2017 e a região Sul do Brasil foi a que concentrou o maior número. O motivo mais frequente que levou os sujeitos dos estudos à prática de atividade física foi a saúde. Não houve relação do resultado mais frequente com o tipo de método aplicado, uma vez que a saúde foi a resposta mais encontrada em estudos que utilizaram inventários, questionários validados ou desenvolvidos pelos próprios autores e entrevistas semiestruturadas. Seria possível inferir que os estudos que tiveram a saúde como principal motivo analisaram participantes de faixas etárias mais velhas, justificando a escolha da prática como, por exemplo, uma recomendação médica, no entanto, não houve essa relação, visto que a saúde foi o motivo mais citado em estudos com praticantes de 12 a 80 anos. Os resultados encontrados foram análises abrangentes e que vão além do objetivo desta revisão. O foco principal da grande maioria dos artigos não era apenas a motivação, o que, por vezes, torna mais difícil estabelecer uma relação entre os motivos e a prática de atividades físicas. Estudo 2: O segundo artigo buscou apresentar novas evidências de validade e precisão do Inventário de Motivos à Prática Regular de Atividades Físicas e/ou Esportivas (IMPRAFE-54) com atletas de basquetebol infanto-juvenis. Participaram do estudo 438 jovens atletas de basquetebol de ambos os sexos, com idades entre 13 e 16 anos, vinculados a instituições esportivas. Foram respondidos dois instrumentos: o Questionário de Identificação e Controle de Variável (QICV) e o Inventário de Motivos à Prática Regular de Atividades Físicas e/ou Esportivas (IMPRAFE-54). Foi realizada uma estimação da estrutura interna do construto, segundo os dados disponíveis a título de verificação prévia do modelo, de acordo com os pressupostos teóricos, a qual confirmou o modelo hexadimensional. As seis dimensões apresentaram índices Alpha de Cronbach superiores a 0,86, tratando-se, portanto, de um inventário válido e fidedigno. Para testar se o modelo exploratório se confirma foi calculada a análise fatorial confirmatória ULS (Unweighted Least Squares) e seus resultados (² = 4723,807; gl = 1362; p < 0,001; ²/gl = 3,468; GFI = 0,970; AGFI = 0,967; SRMR = 0,0574; NFI = 0,962) se mostraram aceitáveis. Esse estudo, portanto, indica que o IMPRAFE-54 é aplicável a uma população específica, no caso jovens atletas de basquetebol participantes de competições institucionalizadas. Os resultados podem ser particularmente úteis para treinadores e psicólogos do esporte, visto que a partir da análise dos motivos que levam estes indivíduos à prática do basquete, podem planejar de forma mais adequada seus treinamentos e intervenções. Estudo 3: Este artigo propôs e testou o Modelo Explicativo da Motivação para a Prática Regular de Ginástica em Academia (MEMPRGA). A amostra foi constituída por 315 praticantes regulares de ginástica em academia (287 do sexo feminino e 28 do sexo masculino), com idades entre 18 a 76 anos, tempo prática de 1 a 2 anos, praticantes de aulas de ginástica de 2 a 6 vezes por semana. Para a coleta de dados utilizou-se 4 instrumentos: o "Questionário de Identificação das Variáveis de Controle" (QIVC); o "Inventário de Motivos à Prática Regular de Atividades Físicas" (IMPRAF-132); o "Inventário Balbinotti de Orientação à Autoestima de Frequentadores de Academia de Musculação e Ginástica" (EBOA2CH-12) e; a "Escala de Regulação Interna no Contexto da Academia de Musculação e Ginástica" (ERICEE-24). As análises aconteceram em três etapas. Na primeira foram feitas as análises preliminares, a fim de verificar a adequação dos dados. Foram verificadas a normalidade, a existência de casos aberrantes multivariados e a existência de colinearidade entre as variáveis. A segunda abrangeu a avaliação da consistência interna (Alpha de Cronbach), as análises descritivas (média e desvio padrão) e as análises correlacionais (correlação de Pearson). A terceira testou o Modelo Explicativo da Motivação para a Prática Regular de Ginástica em Academia com o uso de equações estruturais. Múltiplos indicadores foram utilizados: qui-quadrado, razão entre qui-quadrado e graus de liberdade, GFI (Goodness-of-Fit Index), AGFI (Adjusted Goodness-of-Fit Index) e a raiz quadrada média residual (RMS). Os resultados revelam tratar-se de distribuições que não aderem à normalidade (p < 0,05). Tendo essa característica em vista, as análises de regressão foram procedidas com os dados transformados (escore Z). Os resultados das análises de consistência interna indicam que todas as dimensões em estudo apresentam índices aceitáveis (α > 0,70). O teste do modelo apresentou os seguintes resultados: no caso específico do qui-quadrado, o resultado obtido (² = 16,634; gl = 12; p < 0,164) apresentou-se não significativo, indicando um bom ajustamento dos dados ao modelo. Quanto aos demais indicadores, todos estão dentro dos limites para cada critério (²/gl = 1,38; GFI = 0,988 AGFI = 0,957, RMS = 0,035). O conjunto destes resultados aponta para um ajustamento satisfatório dos dados ao modelo, indicando tratar-se de modelo válido pelo viés do construto. Percebeu-se que os motivos à prática regular de ginástica em academia, nomeadamente o controle de estresse, sociabilidade, competitividade e estética, explicam o prazer na atividade física. Além disso, a Regulação Interna na prática regular de ginástica em academia é explicada pela Autoestima Confiança, Autoestima Hesitação e pelo prazer.