Percepção da dispneia em pacientes com obesidade mórbida candidatos a cirugia bariátrica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Tomasini, Karina da Silva
Orientador(a): Dalcin, Paulo de Tarso Roth
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/139749
Resumo: Introdução: A avaliação da dispneia por meio de métodos objetivos tem assumido importância para a identificação do grupo de pacientes com baixa percepção do sintoma. Objetivos: Avaliar o grau de percepção da dispneia durante o teste de cargas resistivas inspiratórias progressivas em indivíduos obesos candidatos a cirurgia bariátrica em comparação com indivíduos normais. Secundariamente, analisar a proporção de indivíduos obesos com baixa, moderada e alta percepção da dispneia. Métodos: Estudo transversal, incluindo indivíduos com índice de massa corporal (IMC) ≥ 35 kg/m2, em comparação com indivíduos sadios com IMC ≥ 18 e < 25 kg/m2. Cada participante foi submetido a avaliação clínica, teste com cargas resistivas inspiratórias para a quantificação da percepção da dispneia (escala de Borg modificada) e espirometria. Resultados: Foram estudados 23 indivíduos obesos, com média de idade de 43,7 ± 12,1 anos e IMC= 51,9 ± 9,3 kg/m2 e 25 indivíduos normais com média de idade de 39,8 ± 12,2 anos e IMC= 24,3 ± 2,3 kg/m2. Com o incremento da magnitude das cargas resistivas, foi observado significativo aumento do escore de dispneia (p<0,001) e aumento progressivo da pressão inspiratória gerada (p<0,001), mas não houve diferença entre os grupos quanto ao escore de dispneia (p=0,191). Não houve efeito de interação (p=0,372) entre grupo e escore de dispneia. Os indivíduos obesos geraram pressões inspiratórias maiores que os indivíduos normais (p=0,009) e com progressivo aumento ao longo das diferentes cargas resistivas (efeito de interação=0,009). Dentre os obesos, 4 indivíduos foram classificados como baixa percepção, 11 como moderada e 8 como alta. Houve significativa associação entre idade e grupo de percepção de dispneia (p=0,008), sendo a média de idade no grupo de baixa percepção (58,0 ± 6,8 anos) significativamente maior do que no grupo de elevada percepção (36,5 ± 9,3 anos) e não diferindo do de moderada percepção (36,5 ± 9,3 anos); o grupo de moderada intensidade não diferiu significativamente do de alta percepção. Não houve associação significativa do sexo (p=0,642) nem do IMC p=0,271) com a classificação de percepção da dispneia. Conclusões: O grau de percepção da dispneia durante o teste de cargas resistivas inspiratórias progressivas em indivíduos obesos candidatos a cirurgia bariátrica não diferiu de indivíduos normais. Os indivíduos obesos geraram pressões inspiratórias maiores do que os indivíduos normais ao longo das crescentes cargas resistivas. Dentre os indivíduos obesos, 17% foram classificados como baixa percepção da dispneia, 48% como moderada percepção e 35% como alta percepção. A proporção de indivíduos classificados como baixa, moderada e alta percepção de dispneia não diferiu entre obesos e normais. Nos obesos, a baixa percepção da dispneia associou-se com idade mais avançada.