Guamirim (myrcia oblongata dc.): uma fruta nativa da mata atlântica rica em compostos fenólicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Saggin, Justine Freo
Orientador(a): Rodrigues, Eliseu, Tischer, Bruna
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/272512
Resumo: Guamirim (Myrcia oblongata DC.) é uma pequena fruta escura nativa da Mata Atlântica pertencente à família botânica Myrtaceae. Estudos prévios com extratos e óleos essenciais obtidos das folhas da planta revelaram potenciais atividades antimicrobiana, antiacaricida e antioxidante. No entanto, não foram encontrados na literatura estudos com a fruta da M. oblongata. Nós hipotetizamos que devido à sua cor e também aos estudos prévios com as folhas da planta, a fruta possivelmente é rica em compostos fenólicos. Nesse contexto, este trabalho teve como principal objetivo investigar a composição fenólica da fruta guamirim, empregando a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência acoplada à espectrometria de massas de alta resolução (HPLC-DAD-ESI-qTOF-MS/MS). Complementarmente, foram analisadas a atividade antioxidante in vitro, através do método Oxygen radical absorbance capacity (ORAC), as propriedades físico-químicas e a composição centesimal da fruta. A metodologia adotada permitiu a anotação de 92 compostos fenólicos, dos quais 32 foram quantificados. As principais classes de compostos fenólicos encontradas na fruta são os ácidos fenólicos (26%), os flavonóis (24%), os taninos hidrolisáveis (17%) e as antocianinas (17%). Os compostos majoritários quantificados no guamirim foram: ácido galoilquínico (883 μg g-1 base seca), miricetina 3-O-ramnose (939 μg g-1 base seca), oenoteína B (232 μg g-1 base seca) e as antocianinas malvidina e peonidina nas suas formas mono e di-glicosiladas (339 e 335 μg g-1 base seca, respectivamente). Verificamos também que o guamirim se caracteriza pela riqueza em fibra alimentar (24 % base seca), elevada capacidade antioxidante in vitro (918 μM Trolox g-1 base seca), baixa acidez total titulável (ATT) e elevado teor de sólidos solúveis totais (SST). Além disso, apresenta razão SST/ATT característica de frutas com boa aceitabilidade para consumo in natura e também com potencial para a aplicação em produtos como sucos, doces, licores e produtos fermentados. Os resultados deste trabalho confirmam o guamirim como uma pequena fruta brasileira rica em compostos fenólicos, tanto em número quanto em teor total. A divulgação desses resultados bem como de uma pesquisa in vivo que está sendo realizada paralelamente, podem incentivar o consumo dessa fruta e sugerem o seu potencial para o desenvolvimento de produtos.