Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Dalla Vecchia, Marisa Virginia Formolo |
Orientador(a): |
Zitkoski, Jaime José |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/273458
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Resumo: |
Esta tese é um exercício de produção de conhecimento, no processo de movimento dialético e na interpretação dos acontecimentos e das disposições encontradas na trajetória das mulheres eleitas, a fim de explicitar por que somos tão poucas as que participamos da disputa eleitoral e, em menor número ainda, as eleitas, bem como quanto avançou a luta feminina e feminista, através das ações dos mandatos. Partimos de um lugar: Caxias do Sul/RS; e de um tempo: 1960 a 2014. Os registros das trajetórias estudadas em autobiografias, biografias e entrevistas complementares estão no Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami (AHMJSA). Na interpretação dos acontecimentos vividos por nós, as mulheres eleitas, e no pensamento dos autores quer da sociologia, filosofia, história ou educação, construímos argumentos que dão significado às respostas a partir do vivido pelas eleitas, em nosso contexto. Guia-nos neste estudo a seguinte pergunta-problema: “Quais os acontecimentos (e os seus significados) que constituíram a nossa trajetória enquanto mulheres eleitas em Caxias do Sul, desde a esfera familiar ao reconhecimento na vida pública e no exercício dos mandatos, no período de 1960 a 2014?”. Esse questionamento ajudou a nortear o objetivo geral de interpretar, na trajetória das ‘poucas’ mulheres eleitas a mandatos político-partidários, os acontecimentos que nos constituíram para o reconhecimento à vida pública, em Caxias do Sul/RS. Também utilizamos fontes bibliográficas, entre as quais: Honneth (2009), Santos (2011), Caregnato (2013), Dussel (1990), Arendt (1998), Paviani (2013), Zitkoski (2013), Giron (2008), Menezes (2018), Machado (1998), Genro (2013), Ricoeur (1968), Freire (1974; 1982; 1996), Bourdieu (2015), Gutiérrez (1985), Fraser (2006; 2007), Scott (1994; 2005) e Butler (2018). Paralelamente à parte documental e bibliográfica, na metodologia, a produção de conhecimento ocorreu nas perspectivas dialética e hermenêutica. Como contribuição científica, é uma tese que deixa rastros históricos, sociais e pedagógicos, principalmente, por reconhecer a força da docência na conquista de mandatos eletivos, porque as mulheres eleitas, na sua maioria, são professoras ou educadoras sociais. É uma investigação que se torna oportuna a instituições públicas, partidos políticos e a mulheres que desejam ingressar ou já se encontram no universo político-eleitoral. Pois foi possível explicitar que há, para nós, mulheres, a necessidade contínua de participação na luta, a fim de superar a invisibilidade e constituir reconhecimento público. Fomos poucas as eleitas, pois vivemos em uma sociedade sem equidade de participação, de redistribuição e de reconhecimento como questão de justiça. A comunidade científica também fortalece essa discriminação por não dar visibilidade científica a essa luta desigual. Mas, então, a que devemos nossas vitórias eleitorais na desigualdade histórica e conjuntural vivida? A nossa identidade pública de educadoras em participação popular, marcada pelos acontecimentos e pela disposição de crer e agir; a força organizativa e articuladora dos partidos e das lutas sociais; e a correlação de forças políticas foram definidoras de nossas vitórias nos contextos eleitorais, mesmo em uma estrutura social patriarcal. Esta pesquisa é relevante e foi considerada pela banca original e inédita, mas tenho certeza que é incompleta, inacabada. Por isso, esperamos que outras se façam, contribuindo para explicitar ainda mais a participação feminina, a redistribuição e a luta pelo reconhecimento como questão de justiça, de democracia e liberdade, por uma humanização do mundo dentro de uma casa comum, preservando a mãe terra e se construindo num projeto de cuidado com a vida nos princípios do ecofeminismo como uma nova alternativa para a sociedade. |