Obtenção de uma nova classe de sais imidazólicos com potencial atividade antifúngica via metátese cruzada de derivados naturais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Couto, Júlia Lacerda
Orientador(a): Schrekker, Henri Stephan
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/187535
Resumo: O desenvolvimento de novos medicamentos para tratamento de infecções graves causadas por fungos do gênero Candida é de suma importância, tendo em vista o aumento dos casos de pacientes contaminados com cepas resistentes aos medicamentos disponíveis. Diante desse quadro, é também interessante que novos medicamentos possam ser obtidos por rotas sustentáveis, partindo de substratos provenientes de fontes naturais. Os substratos fenilpropenoides foram submetidos a reações de metátese cruzada (CM, do inglês cross metathesis) com ácido maleico (MA-H, do inglês maleic acid), obtendo-se ácidos carboxílicos α,β-insaturados, da classe dos ácidos cinâmicos, utilizando como catalisador o complexo de rutênio Grubbs de segunda geração (G2). Nas reações de CM dos fenilpropenoides com MA-H, a molécula de anetol foi tomada como substrato modelo. A CM entre anetol e MA-H foi investigada e vários parâmetros foram otimizados, como razão molar do catalisador em relação ao anetol, razão anetol:MA-H, concentração do substrato e temperatura. Todas as reações foram realizadas em 30 minutos. Se obteve uma condição otimizada com 0,25 mol% de catalisador G2 em relação ao substrato, razão anetol:MA-H de 1:2, concentração de substrato de 2,53 mol.L-1 e temperatura igual a 50 °C, onde a conversão foi de 95% e a seletividade para o produto de CM foi de 52%. As condições otimizadas foram aplicadas aos fenilpropenoides isoeugenol e isosafrol. Para o isoeugenol se obteve a melhor conversão, acima de 99% e rendimento para o produto de CM de 99%. Ácido cinâmico e ácido 4-metoxicinâmico foram convertidos em moléculas do tipo N-2-cloroetilcinamamidas. As N-2-cloroetilcinamamidas foram aplicadas na alquilação de n-alquilimidazois, para obtenção de uma nova classe de sais imidazólicos (SI). As propriedades antifúngicas desses sais foram avaliadas através do ensaio de concentração inibitória mínima (CIM) com cepas de Candida. No ensaio de CIM foram testadas as N-2- cloroetilcinamamidas e os SI em comparação com o fármaco comercial fluconazol. As cepas foram sensíveis a todas as moléculas testadas, porém as cinamamidas mostraram valores de CIM pouco significativos. Todos os SI apresentaram valores de CIM próximos ao do fluconazol. O SI com melhor XVII valor de CIM foi o cloreto de (E)-1-(2-cinamamidoetil)-3-hexadecilimidazólio, que foi de 1 μg/mL-1 para Candida albicans e C. tropicalis. Foram também realizadas reações de autometátese (AM) dos fenilpropenoides anetol, isoeugenol e isosafrol, se obtendo como produtos moléculas estilbenoides com conversões ≥ 90% e rendimentos ≥ 88%. Ensaios antioxidantes e de citotoxicidade foram realizados com os estilbenóides, a fim de avaliar tais propriedades nessas moléculas. O ensaio antioxidante foi realizado pelo método FRAP (Método de Redução do Ferro) e somente a molécula proveniente da AM do anetol, (E)-4,4’-dimetoxiestilbeno, apresentou potencial antioxidante. Os ensaios de citotoxicidade foram realizados com células HaCaT com e o marcador mitocondrial MTT (brometo de [3-(4,5- dimetiltiazol-2-il)-2,5-difeniltetrazolio]) e também com células Vero utilizando os marcadores MTT e o marcador lisossomal vermelho neutro (VN) (3-amino-7- dimetilamino-2-metilfenazina). Os ensaios utilizando células HaCaT apontou citotoxicidade considerada relevante apenas para o estilbeno (E)-3,3'-dimetoxi- 4,4'-dihidroxiestilbeno, derivado do isoeugenol. No ensaio com células Vero e marcador lisossomal apenas o estilbeno derivado do isoeugenol apresentou viabilidade celular acima de 70% para todas as concentrações, enquanto que para o marcador mitocondrial essa mesma molécula foi a única a apresentar viabilidade celular inferior a 70%, na concentração mais alta.