Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Poletto, Paula Manoela Batista |
Orientador(a): |
Motta, Maria da Graça Corso da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Palavras-chave em Espanhol: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/126890
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Resumo: |
Na perspectiva do HIV/aids, a relevância da proposta desta pesquisa fundamenta-se no fato de que o cuidado à saúde de crianças, com características de doença crônica, exige ações terapêuticas permanentes e constante educação em saúde.Portanto, tem-se como pressuposto o cuidado centrado nas particularidades da infância, para além da terapia antirretroviral, acolhendo o lúdico como parte do mundo da criança. Considerando-se que a equipe de saúde pode desenvolver o cuidado em sua integralidade em diferentes contextos, propôs-se, nesta pesquisa, o desenvolvimento desse cuidado no ambiente da sala de espera, tendo-se objetivo de: conhecer, sob a ótica da criança que vive com HIV/aids, os cuidados e as ações de educação em saúde que podem ser desenvolvidos na sala de espera. A pesquisa é de cunho descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa. Foi realizado no ambulatório de atendimento especializado em DST/aids, no Grupo de Atenção a Aids Pediátrica (GAAP) do Ambulatório Pediátrico do Hospital da Criança/Grupo Hospitalar Conceição (GHC) na cidade de Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil. Os participantes foram crianças atendidas no serviço de saúde especializado em DST/aids e os seus familiares/cuidadores que acompanhavam a criança na consulta. As crianças que aceitaram participar, com o consentimento dos familiares/cuidadores, fizeram parte das atividades de sala de espera durante o período de coleta de informações, perfazendo oito crianças e seus respectivos familiares/cuidador, totalizando 16 participantes. Os critérios para inclusão na pesquisa foram: crianças que vivem com HIV/aids, em acompanhamento no serviço de saúde; crianças na faixa etária de sete a doze anos de idade. O critério de exclusão abrangeu crianças com déficit cognitivo ou transtorno emocional que impossibilitasse a participação na atividade em grupo. Para a coleta das informações utilizou-se o Método Criativo e Sensível e os instrumentos com finalidade de caracterização das crianças: genograma, ecomapa e entrevista. As dinâmicas ocorreram ao se desenvolver as atividades de educação em saúde com as crianças na sala de espera enquanto aguardavam pela consulta. Para a análise de conteúdo, utilizou-se a análise temática por ser considerada a mais apropriada para as investigações qualitativas em saúde. O Termo de Consentimento Livre Esclarecido, além da autorização do responsável/cuidador, contou com o Termo de Assentimento da criança. Após o aceite, os participantes responsável/cuidador e as crianças assinaram os Termos (Resolução n° 466/12), tendo sua identidade preservada, respeitando-se a participação voluntária, a liberdade de retirar seu consentimento e/ou assentimento a qualquer momento sem qualquer prejuízo pessoal, e a garantia da manutenção da assistência recebida pela instituição. O projeto de pesquisa aprovado em Exame de Qualificação foi submetido à Comissão de Pesquisa da Escola de Enfermagem da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (COMPESQ), ao Comitê de Ética em Pesquisa da UFRGS (CAAE:25944014.4.0000.5347) e ao Comitê de Ética em Pesquisa do Grupo Hospitalar Conceição (CEP-GHC) (CAAE:25944014.4.3001.5530). Ressalta-se que durante o processo de execução e da pesquisa garantiu-se a manutenção dos benefícios em relação aos riscos, segundo a Resolução nº 466/12. Os resultados apontaram as categorias sala de espera e cuidado com a saúde, esta última com as seguintes subcategorias; medicamento, acompanhamento de saúde, autocuidado, saúde na escola e representações de saúde. O ambiente da sala de espera possibilita um ótimo momento para a educação em saúde com ênfase no lúdico, torna o serviço de saúde acolhedor e propicia interação entre os profissionais de saúde e a criança que vive com aids. A percepção da criança em relação ao antirretroviral é importante para a construção do plano terapêutico, assim, a criança precisa conhecer e entender a importância do medicamento para manutenção e qualidade de vida. O brinquedo torna-se uma estratégia para o profissional da saúde, principalmente o enfermeiro, possibilitar à criança o conhecimento e a compreensão dos exames laboratoriais no seu tratamento. O serviço de saúde é importante para o desenvolvimento social e aquisição de recursos para enfrentar as adversidades do processo de saúde/doença das crianças que vivem com aids. O lúdico possibilita à criança o desenvolvimento de mecanismos para a construção de autocuidado, sendo sempre importante considerar as repercussões do viver com aids sob o olhar da criança que vivencia o fenômeno. A escola também ocupa papel importante no desenvolvimento social das crianças que vivem com aids, pois é nela que iniciam a elaboração dos recursos para lidar com as peculiaridades e as adversidades de viver com aids. A saúde deve ser entendida de maneira mais ampla, que contemple, além dos cuidados relacionados ao TARV, as necessidades existenciais da criança que vive com aids para promover o seu crescimento e o seu desenvolvimento com qualidade. Constata-se, ainda, a relevância da presença do profissional enfermeiro para desenvolver a atividade em sala de espera, pois reúne formação e qualificação na área da educação em saúde, além do pressuposto de que o processo de cuidado ocorre pela ação compartilhada entre os profissionais de saúde, a família e a criança, inserindo-se o diálogo como elemento primordial nesse processo. |