Argilas magnesianas e calcita como pseudomorfo de gipsita em depósitos miocênicos da Bacia de Madrid (Espanha) : gênese e implicações como um potencial análogo para o pré-sal brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Sobiesiak, Júlia Silveira
Orientador(a): Remus, Marcus Vinicius Dorneles
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/273898
Resumo: Desde a descoberta dos reservatórios do Pré-Sal brasileiro, há um interesse significativo em sistemas lacustres alcalinos, especialmente no que diz respeito à sua origem e a evolução dos minerais argilosos e carbonatos magnesianos. O Mioceno da Bacia de Madrid possui depósitos de argilas magnesianas bem estudadas, desenvolvidas em contexto lacustre/palustre, que têm sido utilizadas como análogas aos complexos depósitos do Pré-Sal. Embora haja um grande avanço no conhecimento sobre as argilas magnesianas, os carbonatos que ocorrem associados a essas fácies carecem de maiores investigações a respeito de sua gênese. Três seções localizadas em Esquívias (Toledo, Espanha) foram caracterizadas petrograficamente e geoquimicamente, nas quais foram descritas duas unidades, a Unidade Detrítica, composta por dolostones, argilitos e arenitos, e a Unidade Magnesiana, composta por uma intercalação de lutitos intraclástico rosa e fácies carbonatadas. A última unidade, foco deste estudo, é composta principalmente por intraclastos de camadas mistas de kerolita-estevensita tipicamente isotrópicos, com bordas birrefringentes e fraturas de dessecação, localmente substituídas por sepiolita. Esta fácies também é composta por calcita que possui diversas morfologias como ponta de flecha maclada, hemi-bipiramidal maclada, lenticular e prismática que são interpretados como pseudomorfos de gipsita formados no ambiente palustre. Os carbonatos associados possuem calcita baixo Mg, fascicular e as argilas magnesianas residuais da matriz saponita ou kerolita-estevensita. O ambiente interpretado para os depósitos de saponita é de mudflat seco, localizado em áreas próximas ao lago. A Unidade Magnesiana da Bacia de Madrid e o Pré-Sal brasileiro compartilham semelhanças em relação ao ambiente deposicional de sistema lacustre alcalino continental, com formação similar de argilas magnesianas, mas diferenças significativas na formação e evolução dos carbonatos. Os depósitos intercalados de argilas magnesianas e os carbonatos da Unidade Intermediária da Bacia de Madri em Esquívias constituem um excelente local para estudar o sistema lacustre salino-alcalino continental, porém não podem ser análogos aos carbonatos do Pré-Sal.