Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Holz, Leandra |
Orientador(a): |
Schubert, Maycon Noremberg |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/246547
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Resumo: |
A temática da profissionalização aparece amplamente difundida nos trabalhos sobre cooperativismo como uma das principais saídas para que as cooperativas possam enfrentar os desafios da competitividade e garantir a sua sobrevivência no mercado global. Sendo, em sua maioria, um debate favorável a profissionalização das cooperativas, é pertinente trazer uma discussão crítica de seus processos e de como opera no interior das cooperativas. Por meio da teoria foucaultiana sobre poder e da revisão da literatura, esta pesquisa analisa em que medida a profissionalização, como um mecanismo de poder, opera no interior de uma cooperativa agropecuária, a Cooperativa Mista dos Pequenos Agricultores da Região Sul Ltda. (Coopar) de São Lourenço do Sul/RS. Além de se tratar de um estudo de caso, os procedimentos metodológicos adotados foram a realização de 3 entrevistas com informantes-chave; a análise documental de 15 atas de assembleias gerais e 200 atas de reuniões do conselho de administração; e a aplicação de 30 questionários junto aos associados da cooperativa. Os resultados apontam para uma tensão constitutiva da cooperativa entre práticas democráticas e de cooperação e as exigências de uma gestão mais racional, centrada na eficiência econômica. No entanto, há uma maior adequação às lógicas de mercado e, com isso, à profissionalização, que passa a operar conduzindo a conduta da cooperativa e de seus associados sob as normas da racionalidade neoliberal de mercado, que exigem o aprimoramento pessoal constante, o aumento da produtividade a qualquer custo, a competitividade e a eficiência. Práticas que parecem estar distantes da discussão de contestação à lógica do capital e seus métodos de racionalização do trabalho, que originou o movimento cooperativista. Por outro lado, os dirigentes da cooperativa e os associados em geral, estão a todo momento produzindo tensionamentos e obstáculos à profissionalização e à lógica racional neoliberal de mercado, o que pode demonstrar que formas cooperativas de organização, como o caso da Coopar, podem propiciar mais reações, respostas, resistências, desvios de conduta e racionalidades outras, numa dinâmica em que alterações nessas relações de poder são sempre possíveis. |