Rede Justa Trama - Cadeia Produtiva do Algodão Ecológico : as territorialidades da economia solidária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Gomes, Gilmar Godoy
Orientador(a): Heidrich, Álvaro Luiz
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/38659
Resumo: O novo modelo de acumulação capitalista, a “acumulação flexível”, baseado na maximização dos lucros em prejuízo dos direitos trabalhistas tem gerado a precarização do emprego, um desemprego em escala global relacionado à exclusão social e o aumento da pobreza em países de economia periférica, como é o caso do Brasil. Contudo, formas de resistência são encontradas pelas populações com o objetivo de gerar trabalho e renda. Uma dessas formas é a economia solidária (ES). A economia solidária resgata uma cultura em que o trabalho cooperativado, guiado pela união, solidariedade e reciprocidade, contribui para a reparação do tecido social, gerando renda e desenvolvimento em espaços nos quais o trabalho cooperado é ressignificado. Esta dissertação estuda um exemplo de iniciativa de ES organizada em uma rede de colaboração solidária: a Rede Justa Trama - Cadeia Produtiva do Algodão Ecológico, na qual participam homens e mulheres que são agricultores, coletores de sementes, fiadoras, tecedores e costureiras. Essa cadeia tem uma representação espacial muito significativa. Inicia em Tauá (CE) com o plantio do algodão agroecológico, o fio é beneficiado em Pará de Minas (MG), na Cooperativa de Produção Têxtil (Coopertêxtil). Posteriormente, inserem-se a Cooperativa Fio Nobre em Itajaí (SC) e a Cooperativa Unidas Venceremos em Porto Alegre (RS), onde são feitos os produtos com a marca Justa Trama. As roupas são decoradas com sementes e tinturas fornecidas pela Cooperativa Açaí de Porto Velho (RO). Esta dissertação tem como objetivo principal identificar, através das unidades de significação presentes nas falas dos empreendedores envolvidos com a Rede Justa Trama, os elementos formadores de novas territorialidades/identidades (ressignificação dos espaços), baseadas nos valores da reciprocidade (entre os empreendimentos) e da solidariedade (relações compartilhadas pelas pessoas na rede), que fazem parte do ideário do cooperativismo solidário. Optou-se, durante a pesquisa de campo, pelo uso de entrevistas não diretivas e de conversas (dirigidas) que foram gravadas e posteriormente transcritas, por considerar este procedimento o mais adequado para a realização de uma pesquisa que tem no seu cerne a representação dos indivíduos e os modos com os quais ressignificam sua interação espacial e econômica, bem como os seus sentimentos de pertencimento à Rede. O sucesso da Rede Justa Trama requer, todavia, que outras iniciativas semelhantes prosperem e, nesse sentido, a cadeia produtiva do algodão ecológico é uma referência. Ao conquistarem um campo favorável ao surgimento de novas articulações que levem ao florescimento de novas teias e arranjos produtivos locais, os sujeitos da Rede confirmam seu protagonismo. Mas, além disso, oferecem provas de que o território da Justa Trama é um campo aberto ao estudo da Geografia.