Potencial anti-inflamatório e antioxidante do canabidiol no tratamento do transtorno bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Hizo, Gabriel Henrique
Orientador(a): Kauer-Sant'Anna, Márcia
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/240066
Resumo: O transtorno bipolar (TB) é uma doença psiquiátrica cuja característica mais marcante é a alternância nos estados de humor, variando entre episódios depressivos e maníacos. Trata-se de uma doença bastante complexa que apresenta em sua fisiopatologia aspectos genéticos, neuroanatômicos, bioquímicos e inflamatórios. Diversas vias biológicas vêm ganhando destaque, especialmente as que envolvem inflamação e resposta ao estresse oxidativo. Nesse sentido, o canabidiol (CBD) tem sido estudado como um potencial fármaco no tratamento do TB, sobretudo agindo em dois fatores nucleares muito importantes: fator nuclear kappa B (NF-κB) e fator nuclear eritroide 2 relacionado ao fator 2 (Nrf2), sendo o primeiro mais relacionado com o sistema inflamatório, e o segundo com a resposta do organismo ao estresse oxidativo. Dessa forma, este estudo teve como objetivo a investigação do potencial anti-inflamatório e antioxidante do CBD no TB. Isso foi possível através da avaliação da expressão de genes relacionados a esse processo, dentre eles NF-κB e Nrf2, além de outros relacionados ao sistema endocanabinoide, como as enzimas lipase monoacilglicerol (MGLL) e amida hidrolase de ácidos graxos (FAAH). Comparou-se a expressão gênica de indivíduos saudáveis e pacientes com TB e identificou-se um perfil inflamatório nos pacientes, representado pelo aumento na expressão dos genes NF-κB e Nrf2. (No entanto, diferente do esperado, após o protocolo de tratamento que teve duração de 8 semanas, nossos dados indicaram que o CBD não foi capaz de reduzir esses níveis. Isso aconteceu provavelmente pela dificuldade da técnica e do baixo número amostral que o grupo de pesquisa obteve. Apesar dessas limitações, observou-se uma correlação positiva significativa entre a escala de avaliação de depressão de Montgomery-Asberg (MADRS) e os níveis de MGLL, reforçando a hipótese de que há envolvimento entre o sistema endocanabinoide e a fisiopatologia do TB.