A arca de Noé : diálogos sobre conservação entre ciência e povos indígenas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Feijó, Cristiane Tavares
Orientador(a): Anjos, José Carlos Gomes dos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/201187
Resumo: A presente tese revela-se como uma etnografia das atividades de pesquisa e de projetos científicos que tratam da conservação do germoplasma na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e de suas relações com as práticas dos povos indígenas. A Embrapa Clima Temperado, localizada no município de Capão do Leão, no Rio Grande do Sul, e a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, situada em Brasília, no Distrito Federal (DF), compõem o campo em estudo, assim consideradas pelas particularidades na mediação entre o sistema de curadoria da Embrapa e as reivindicações dos indígenas quanto ao acesso às sementes conservadas em bancos ativos de germoplasma daquela Empresa. O tema da salvaguarda vegetal, representado por normas e instrumentos de segurança das espécies vegetais em questão, conhecida também pela escatologia moderna como “A Arca de Noé”, se apresenta como uma problemática ao mesmo tempo científica e política. Trata-se de espaços de mediações formalizados por pesquisadores(as) e povos indígenas, a partir de conflitos entre as regras institucionais e as relações de poder e saber. Nesse emaranhado de tensões e lutas, o que está em jogo é a democratização e a liberdade das práticas científicas na Embrapa, uma instituição conhecida historicamente pelo desenvolvimento de pesquisas e tecnologias a serviço do agronegócio. Esta tese etnográfica é fruto dos discursos e práticas e suas relações entre os distintos espaços de mediação, ora mediados por pesquisadores(as), ora por povos nativos. A descrição desses espaços retrata também alguns efeitos da gestão do sistema de conservação da Embrapa sobre a realidade indígena, especialmente no campo etnográfico, orientado pela filosofia política Mbyá Guarani.