Mobilização familiar e contexto escolar : escolha escolar e envolvimento parental na relação com as oportunidades de ensino médio público brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Santos, Harlon Romariz Rabelo
Orientador(a): Neves, Clarissa Eckert Baeta
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/246541
Resumo: Processos de escolha escolar e de envolvimento parental são importantes objeto em sociologia da educação. Esses processos estão relacionados com as capacidades socioeconômicas das famílias, mas também influenciados por contextos institucionais e em relação com as oportunidades escolares. Em uma perspectiva macroteórica orientada por William Sewell e Bernard Lahire, considera-se que as ações e escolhas dos indivíduos são estruturadas dinamicamente por disposições e capitais diacrônicos e por contextos sincrônicos, que geram contextos de ação. O objetivo desta pesquisa é analisar se há relação entre níveis de mobilização familiar com determinados tipos de escolas de ensino médio público, em contexto brasileiro. Foi elaborado um questionário com objetivo de levantar dados socioeconômicos das famílias, e dados sobre a mobilização familiar e reputação escolar, levantamento feito por meio de um sistema de pontos de nível socioeconômico, por meio de uma escala exploratória de mobilização familiar, além de um índice básico de reputação escolar. Desenhou-se uma amostra estratificada de estudantes por tipos de escola e IDH dos bairros, em Fortaleza-CE, pelo qual se compôs os dados principais, e uma amostra voluntária com pais de Porto Alegre-RS, que gerou dados auxiliares. Utilizou-se Modelagem de Equações Estruturais, técnica que permite análise multivariada e multidirecional. Os modelos teoricamente construídos apresentaram índices de ajustes que permitem a sua aceitabilidade e os valores estimados na análise multirrelacional indicam haver relação importante e significativa entre tipo de escola, reputação escolar, nível de mobilização familiar e expectativas parentais em relação ao futuro educacional/profissional dos filhos, relações essas controladas pelo nível socioeconômico das famílias. Os resultados indicam que mobilização familiar interage com contexto escolar, mesmo em nível de rede pública, e com grupos sociais de baixa-médias capacidades socioeconômicas. A interpretação desenvolvida busca argumentar pela tese de que em determinados contextos institucionais e escolares públicos diferenciados, organiza-se um contexto de ação com mais possibilidades e estímulos à mobilização familiar pela educação dos filhos. Conclui-se que a mobilização familiar não pode ser compreendida apenas por fatores socioeconômicos, mas também por fatores contextuais do presente da ação; que não se caracteriza como um processo exclusivo de famílias de média-alta e altas condições socioeconômicas; e que a mobilização familiar pode ser um processo respondente, em alguma medida, da influência escolar.