Dosagem sequencial de fator de necrose tumoral alfa, seus receptores solúveis e endotelina-1 em pacientes com choque séptico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 1997
Autor(a) principal: Brauner, Janete Salles
Orientador(a): Clausell, Nadine Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/207058
Resumo: Introdução: Apesar dos avanços na terapia antimicrobiana, cuidados intensivos e técnicas cirúrgicas não houve alteração nos últimos anos da morbimortalidade na sepse ou choque séptico. Dentre os vários mediadores inflamatórios envolvidos na sepse . as citoquinas ocupam lugar chave na patogênese do choque séptico, muitas vezes com efeitos biológicos opostos. como fator de necrose tumoral-alfa e a endotelina-1. Além disso. há um grande interesse nos níveis circulantes destas citoquinas pela possibilidade de identificar pacientes de a lto risco na síndrome séptica. Entretanto. o valor preditivo dos níveis plasmáticos do fator de necrose tumoral-alfa. de seus receptores solúveis e. particularmente da endotelina- 1 não está definido. principalmente quando analisado precocemente no choque séptico. Objetivo: Avaliar a evolução sequencial dos níveis plasmáticos de fator de necrose tumoral-alfa. receptor solúvel-I do fator de necrose tumoral-alfa , receptor solúvel-2 do fator de necrose tumoral-alfa e endotelina-1 imediatamente após a colocação de cateter em artéria pulmonar durante 24 horas, nos intervalos de O. 6, 12 e 24 horas e determinar o valor preditivo dos níveis plasmáticos obtidos destes mediadores em pacientes com choque séptico. Métodos: Foram estudados 23 pacientes com choque séptico definido pelos critérios do American College of Chest Physicians/Critical Care Society no período de 14 de março a 3 I de agosto de 1996, sendo exclui dos dois pacientes. Foram coletadas amostras de sangue em átrio direito através da porção proximal do cateter colocado em artéria pulmonar nos momentos de O. 6. 12 e 24 horas. As amostras foram centrifugadas e armazenadas a menos 20°C. Posteriormente foram analisados, pelo método ELISA. os níveis plasmáticos do fator de necrose tumoral-alfa. dos receptores solúveis- i e 2 do fator de necrose tumoral-alfa .. li c endotelina-1. bem como as características clínicas e hemodinâmicas dos pacientes da amostra. Após os pacientes foram divididos em sobreviventes e não sobreviventes. Resultados: O grupo de não sobreviventes (n=IO) apresentou valores significativamente mais elevados que os sobreviventes (n=ll) para a idade (64,5 ± 16.6 versus 43.7 :t 12.8 anos), APACHE II (27,7 ± 4,9 versus 18,2 ± 3,7), disfunção orgânica múltipla (3,7 ± 0.9 versus 2.7 ± 0.9) e predominância do sexo masculino (7 versus 2). Não houve diferença significativa entre o tempo de choque prévio à entrada no estudo. valores hemodinâmicos e de transporte de oxigênio entre sobreviventes e não sobrevi ventes. Ambos os grupos apresentaram médias mais elevadas de todos os marcadores biológicos estudados comparados aos valores de referência. Entretanto no momento das 6 horas houve aumento significativo nos não sobreviventes em relação aos sobreviventes para o fator de necrose tumoral-alfa. receptor solúvel-i do fator de necrose tumoral-alfa e endotelina-1. sendo o valor preditivo positivo destes mediadores para mortalidade de 70%, 66,7% e 72.7%. respectivamente. Além disto, a presença de fator de necrose tumoral-alfa maior do que 15.5 pg/ml ou endotelina-1 maior do que 27,8 pg/ml, em pacientes com choque séptico, mostrou sensibilidade e valor preditivo negativo de I 00%. Conclusão: Neste estudo caracterizamos o comportamento temporal de vários mediadores biológicos em um período de 24 horas através de medidas sequenciais de 6 em 6 horas entre as coletas. Demonstramos que os níveis destas citoquinas estão aumentados em todos os pacientes com choque séptico, porém com concentrações plasmáticas significativamente mais elevadas em pacientes não sobreviventes, em especial no momento das 6 horas. Além disso, a endotelina-1 parece ser um fiel marcador para pacientes de alto risco para mortalidade em choque séptico, pois não apresenta falsos negativos.