As Bienais de Artes Visuais do Mercosul : utopias & protagonismos em Porto Alegre (1997-2003)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Knaak, Bianca
Orientador(a): Guazzelli, Cesar Augusto Barcellos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/15901
Resumo: Esta tese discorre sobre a Bienal de Artes Visuais do Mercosul. Exposição de arte contemporânea que ocupa vários espaços expositivos e interfere na cidade de Porto Alegre através de intervenções na paisagem e, principalmente, cultural, social, artística e economicamente. Mais especificamente buscou-se a apresentação das relações de estado e mercado na construção do projeto Bienal do Mercosul, pois ao analisar as edições iniciais das Bienais de Artes Visuais do Mercosul (1997-2003) encontramos convergências políticas entre as iniciativas públicas e privadas associadas ao evento. Este projeto cultural rapidamente se tornou referência regional e modelar para o setor local. A Bienal do Mercosul surgiu e se constituiu, com sucesso, numa era de fluxos, câmbios e impermanências de riquezas, culturas e identidades, que desafiam a promoção internacional da produção artística regional, bem como de seus agentes e mercados. Nesse processo surgem estratégias narrativas de afirmação, sistematicamente noticiadas pela mídia impressa, fonte de consulta referencial para esse trabalho. Através dos jornais e dos catálogos da mostra buscamos os pronunciamentos dos presidentes da Fundação Bienal de Artes Visuais do Mercosul, de dirigentes estatais e representantes políticos além de artistas, dos curadores da mostra, críticos de arte e jornalistas que analisam e justificam suas escolhas, opiniões e avaliações a partir dos postulados contemporâneos do mundo globalizado, evidenciando protagonismos e utopias presentes nas Bienais do Mercosul. Nessa tese procuram-se os efeitos e demonstrativos locais (Rio Grande do Sul / Porto Alegre) da afirmação corrente de que o poder faz cultura e que a cultura estabelece o poder, de acordo com a qual, os circuitos culturais e artísticos, nos moldes das Bienais do Mercosul configuram cenários privilegiados, também para a disputa de liderança e hegemonia. A relevância das Bienais do Mercosul, apesar do nome que refere a formação de um bloco para o Mercado Comum do Sul, está hoje muito mais associada ao poder de inserção internacional desse evento e seus agentes do que a capacidade de promoção e crítica da arte latinoamericana contemporânea, restrita aos países do Cone Sul e ou, fora dos padrões hegemônicos da arte globalizada. Assim, a indicação da formação de um bloco de países do Sul, MERCOSUL, expressa no nome, não significa um movimento de resistência, mas uma forma de apresentar esta Bienal, distintivamente, num mercado internacional que ostenta inúmeras bienais, como a maior mostra de arte latino-americana.