Ações músico-pedagógicas feitas por, para e entre mulheres, em Porto Alegre (2019-2020) : um olhar a partir da sociologia da educação musical e da teoria da ação de Alfred Schütz

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Farias, Maria Amélia Benincá de
Orientador(a): Souza, Jusamara Vieira de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/259177
Resumo: Esta tese tem como objetivo geral compreender ações músico-pedagógicas feitas por, para e entre mulheres, em Porto Alegre, no período de 2019-2020, na perspectiva das colaboradoras que as promoveram. Para alcançar esse objetivo, a pesquisa levantou as razões que levaram essas mulheres a participar voluntariamente da organização destas ações músico-pedagógicas, analisou as práticas músico-pedagógicas que aconteceram nesses projetos e buscou compreender os desdobramentos dessa participação, nas vivências e práticas musicais das mulheres que integraram o grupo. Este é um estudo qualitativo e os percursos metodológicos trilhados para alcançar o objetivo proposto fundamentaram-se numa perspectiva sociológica (MELUCCI, 2005, PIRES, 2014), tendo a entrevista (OAKLEY, 1981, 2015; LIMERICK; BURGESS-LIMERICK; GRACE, 1996) como principal ferramenta de construção de dados. A escolha do campo, a cidade de Porto Alegre, entre 2019-2020, ocorreu em função da movimentação de uma rede de mulheres voluntárias em torno da produção de pelo menos três ações voltadas para pessoas do gênero feminino, neste período. A rede de mulheres em questão constitui-se de um grupo que, a partir de suas disponibilidades e aptidões, mobiliza-se de forma voluntária em torno de um objetivo comum: realizar ações exclusivas para meninas e mulheres, cujas práticas músico-pedagógicas são pensadas especificamente para e em função desse grupo. A partir dos relatos das colaboradoras e de análises iniciais, estabeleceu-se a Teoria da Ação de Alfred Schütz (1979, 1976, 1976a, 1962, 1962a, 1960, 1959, 1946, 1943, 1942, 1932) como fundamentação teórica mais adequada aos dados, aos objetivos e ao alinhamento da pesquisa. Com estas lentes teóricas, foi possível analisar tais ações músico-pedagógicas a partir da centralidade dos sujeitos autônomos que as executam. As reflexões finais apontaram que os objetivos de um dado projeto eventualmente não serão os mesmos que os motivos dos sujeitos: é possível que um projeto músico-pedagógico dê conta de atender motivos que se originam em áreas que transcendem a própria prática musical, central no projeto em questão. As análises também apontaram que na prática músico-pedagógica desenvolvida nas ações, uma prática coletiva, entre pessoas que se incentivam, apoiam-se e constroem novos significados, meios alternativos e mais inclusivos de se fazer música são possíveis. Por fim, a pesquisa aponta para o mesmo sentido trazido pelas colaboradoras em seus relatos, de que tais ações causaram grandes impactos em suas vidas, sendo lidas por elas mesmas como vivências transformadoras, que fortaleceram seu senso de capacidade na música e além dela. Esta pesquisa contribui com uma análise atenta sobre as formas alternativas e inclusivas de se fazer música, desenvolvidas no campo estudado, além de auxiliar no fortalecimento da Sociologia da Educação Musical, demonstrando o potencial da Teoria da Ação de Schütz para pesquisas na área.