Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Soares, Isadora Laguna |
Orientador(a): |
Silva, Carmem Luci da Costa |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188237
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Resumo: |
Esta pesquisa tem por objetivo verificar o modo como a criança se funda na leitura à luz da Teoria da Linguagem de Émile Benveniste. Para tanto, partimos das reflexões de Émile Benveniste a respeito de linguagem, considerando a dimensão antropológica como transversal a essa faculdade simbólica; e a respeito da língua tanto nos domínios semiótico e semântico quanto em sua propriedade interpretante, a partir da qual a língua pode interpretar outros sistemas, a si mesma e a textos/obras em uma relação metassemântica. A partir dessa teorização, passamos a desbravar um pouco dos estudos benvenistianos sobre leitura, a fim de verificar que princípios enunciativos sustentam uma reflexão sobre leitura, acepção geral, e que princípios seriam incorporados para dar conta da aquisição da leitura, acepção específica. Na segunda parte do trabalho, dedicamo-nos a explorar as áreas que têm a criança como foco, já que nosso estudo envolve o campo de Aquisição da linguagem. Assim, em um primeiro momento, convocamos um exterior teórico para aprofundar o modo como se pode conceber um estudo que dialogue com uma antropologia da criança para, então, aprofundarmo-nos nos estudos em aquisição da linguagem a partir de uma perspectiva enunciativa. Em um terceiro momento, partindo da propriedade interpretante da língua, exploramos o conceito da criança como intérprete da sua língua e de obras/textos, dado que compreendemos sua atividade de leitura como um ato enunciativo em que a criança está constantemente atribuindo sentidos a elementos linguísticos e não-linguísticos a partir dessa propriedade da língua, na qual está imersa, e que lhe permite estar nessa posição de intérprete. Em termos de síntese, o último momento desse capítulo tem por objetivo estabelecer subsídios teóricos para compreender a instauração da criança na leitura a partir da Teoria da Linguagem de Émile Benveniste; assim, além de retomarmos os conceitos-chave para nosso estudo, apresentamos o modo como compreendemos a experiência de leitura da criança para, enfim, avançar em nossa metodologia e análise. O terceiro capítulo, então, debruça-se nas análises de fatos enunciativos de uma criança entre 1 e 4 anos de idade a partir de três categorias: a constituição de intersubjetividade, a constituição de referências no ato enunciativo, a relação forma-sentido e a constituição da história de leituras pela criança. Nossos resultados permitem-nos defender que o modo como a criança se relaciona com diferentes materialidades gráficas é em si um ato de ler, por estar imersa na propriedade simbólica da linguagem, fato que lhe permite produzir sentidos aos elementos presentes em obras; estabelecer relações de forma e sentido com o sistema de escrita, ora reconhecendo sua existência, ora atribuindo sentidos ao que identifica para constituir referências ao mundo. A criança deste estudo nos deu mostras em suas enunciações, por meio de relações intersubjetivas, sobre os modos como se funda no mundo da leitura, situando-se, na sua condição antropológica, em um novo modo de estar na linguagem. |