Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Dieter, Cristine |
Orientador(a): |
Crispim, Daisy |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/188696
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Resumo: |
A doença renal do diabetes (DRD) é uma complicação microvascular comum do diabetes mellitus (DM) que afeta cerca de 40% dos pacientes com DM tipo 1 (DM1) ou DM tipo 2 (DM2). A DRD é a principal causa de doença renal crônica terminal em pacientes que iniciam terapia de substituição renal e está associada com o aumento da mortalidade cardiovascular. Essa complicação é uma doença progressiva, clinicamente caracterizada por albuminúria e diminuição gradual da taxa de filtração glomerular (TFG). Estudos vêm demonstrando que além dos fatores de risco ambientais, fatores genéticos e epigenéticos também influenciam o desenvolvimento DRD. A proteína desacopladora 2 (UCP2) é uma proteína presente na membrana mitocondrial interna que atua diminuindo a produção de espécies reativas de oxigênio (EROs) pela cadeia respiratória mitocondrial. Como a produção aumentada de EROs é um mecanismo chave pelo qual a hiperglicemia leva as complicações crônicas do DM, o gene UCP2 é um gene candidato para essas complicações, incluindo a DRD. De fato, diferentes polimorfismos comuns nesse gene têm sido associados às complicações microvasculares do DM; entretanto, os estudos demonstram resultados conflitantes quanto à associação destes polimorfismos com o desenvolvimento da DRD. Sendo assim, realizou-se um estudo de caso-controle e uma meta-análise com o objetivo de investigar a associação dos polimorfismos -866G/A (rs659366) e Ins/Del no gene UCP2 com DRD em pacientes diabéticos. O estudo de caso-controle incluiu 385 pacientes com DM1 (223 pacientes sem DRD e 162 pacientes com DRD) coletados no Hospital de Clínicas de Porto Alegre. A genotipagem do polimorfismo Ins/Del foi realizada pela separação direta dos produtos de 14 PCR em gel de agarose 2,5% corado com GelRed™ e a do polimorfismo -866G/A, por PCR em tempo real. As frequências alélicas e genotípicas dos dois polimorfismos estudados, bem como dos haplótipos formados por eles, não diferiram significativamente entre casos e controles. Da mesma forma, as distribuições destes polimorfismos entre casos e controles foi similar quando se analisou os modelos de herança aditivo, dominante e recessivo. Na meta-análise foram incluídos três artigos (quatro estudos) da literatura que investigaram a associação dos polimorfismos -866G/A e Ins/Del no gene UCP2 com DRD, além dos dados do nosso estudo de caso-controle descrito acima. De acordo com o encontrado no nosso estudo de caso-controle, os resultados da meta-análise não demonstraram associação entre os polimorfismos estudados e a DRD, mesmo após análise para os diferentes modelos de herança genética. Como já mencionado, diversos estudos vêm demonstrando a associação de fatores epigenéticos, como os microRNAs (miRNAs), com o desenvolvimento da DRD. Os miRNAs são pequenas moléculas de RNA não-codificantes que regulam a expressão gênica, estando, assim, envolvidos em vários processos biológicos e patológicos. MiR-15a-5p e miR-30e-5p têm como um dos seus alvos o gene UCP2; portanto, podem regular a expressão de UCP2, influenciando os níveis de EROS e, consequentemente, podendo estar associados à DRD. Assim, realizou-se um estudo de caso-controle com o objetivo de avaliar a expressão dos miR-15a-5p e miR-30e-5p no plasma e urina de pacientes com DM1 e DRD e pacientes com DM1 sem essa complicação crônica. Neste estudo de caso-controle, a expressão dos dois miRNAs de interesse foi avaliada no plasma e urina de 40 pacientes com DM1 (17 sem DRD e 23 com DRD) usando-se a técnica de qPCR. Análises de bioinformática também foram realizadas buscando-se encontrar as vias patogênicas nas quais os miR-15a-5p e miR-30e-5p estão 15 envolvidos. Como resultado, encontrou-se uma diminuição desses miRNAs no plasma e urina de pacientes com DM1 e DRD quando comparado com pacientes com DM1 sem DRD. Análises de bioinformática demonstraram que os dois miRNAs regulam diversos genes que participam de vias relacionadas ao TGF-β, angiogenêse, apoptose, hipóxia e estresse oxidativo. Em conclusão, tanto no nosso estudo de caso-controle como na meta-análise não observamos nenhuma associação entre os polimorfismos -866G/A e Ins/Del no gene UCP2 e a DRD. Entretanto, nosso estudo de caso-controle que investigou a expressão dos miR-15a-5p e miR-30e-5p no plasma e urina de paciente com DM1 com e sem DRD, demonstrou que a expressão desses dois miRNAs está diminuída nos pacientes com DRD quando comparado ao grupo controle. |