Aerial insectivorous bats in the Brazilian-Uruguayan savanna : responses to landscape structure and microclimate

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Costa, Cintia Fernanda da
Orientador(a): Pereira, Maria João Veloso da Costa Ramos
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: eng
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/10183/265139
Resumo: A conversão de habitats abertos em sistemas florestais de monocultura ou sua degradação através do uso intensivo para a produção agrícola e pecuária afeta a diversidade e ocupação por diferentes grupos animais. O domínio Pampa, na ecorregião da Savana Brasileira-Uruguaia, é o menos protegido e o segundo menos amostrado para morcegos de todos os domínios brasileiros, existindo uma grande lacuna de conhecimento sobre os morcegos insetívoros aéreos destes campos sul-americanos. Os principais objetivos deste trabalho são descrever a diversidade de espécies de morcegos insetívoros aéreos do Pampa, modelar a probabilidade de ocupação em resposta à estrutura da paisagem e avaliar a influência do microclima sobre a detectabilidade. Associado a esse objetivo desenvolvemos ainda um projeto de extensão, o Morcegos do Pampa, visando a mudança de percepção da população sobre a importância dos morcegos e a necessidade de protegê- los. Utilizando detectores de ultrassons autônomos, monitoramos acusticamente 68 locais distantes 1,5 km entre si, nos munícipios de Alegrete, Cacequi e Quaraí, durante a primavera e o verão de 2019/2020. Os gravadores foram programados para efetuarem gravações entre o pôr e o nascer-do-sol e ficaram ativos entre quatro e cinco noites em cada ponto amostral. Coletamos ainda informações sobre as condições microclimáticas associadas a cada registro acústico através de dataloggers de temperatura e umidade. A identificação das espécies ou de complexos de espécies/sonótipos (quando a identificação da espécie não foi possível) foi feita por meio de análise manual dos espectrogramas dos registros obtidos. Modelamos a ocupação das espécies, complexos ou sonótipos através de modelos single-season usando métricas estruturais da paisagem – conectividade, heterogeneidade e quantidade de habitat nativo – como variáveis de ocupação e variação da temperatura e da umidade relativa do ar como variáveis de detecção. Detectamos passagens de morcegos em 8,15% (8.111/99.526) dos registros e identificamos 12 espécies e 11 complexos de espécies pertencentes às famílias Molossidae e Vespertilionidae. As estimativas de detecção e ocupação variaram de 0,14 a 0,74 e de 0,13 a 0,93, respectivamente. Quanto maior a conectividade da paisagem, maior a probabilidade de ocupação pelos morcegos forrageadores de borda Eptesicus brasiliensis, Eptesicus furinalis e pelo forrageador de espaço aberto Molossus cf currentium. Molossops temminckii foi a única espécie cuja probabilidade de ocupação respondeu positivamente à quantidade de habitat nativo na paisagem, sendo que esta espécie tem a capacidade de caçar em espaço aéreo e em espaços onde a vegetação é mais densa. Algumas espécies responderam negativamente ao aumento na variação da temperatura, mostrando ótimos de detecção entre 20°C e 24°C. Apenas Myotis albescens mostrou-se ativo a temperaturas mais baixas do que a maioria das espécies. Os nossos resultados evidenciam que diferentes espécies de morcegos percebem a paisagem de maneira diferente, independentemente da guilda de uso do espaço – forrageador de borda ou de espaço aberto. A nossa estimativa de ocupação projetada para as regiões contíguas à área amostrada para o conjunto dos taxa variou entre 0,45 a 0,70, sugerindo que a paisagem é razoavelmente favorável aos insetívoros aéreos. Através do projeto de extensão Morcegos do Pampa, criamos perfis no Facebook, Instagram, Twitter e YouTube e publicamos 62 postagens ao longo de mais de 12 meses com informações sobre diversidade, biologia e ecologia da fauna de morcegos do Brasil e do Pampa, resultando num público de mais de 1000 seguidores e 4.055 interações positivas até ao momento.